sábado, 20 de fevereiro de 2010

Depois de Ver... O que é preciso pra sentir.

Para sentir precisamos muito mais do que ter sentidos. Precisamos usa-los. Mas para sentir preciso muito mais que isso, preciso ir ao limite de cada um deles, ousar, misturar tudo urgente e intensamente. Quero viver tudo imediato, quero me descobrir e descobrir o mundo a cada minuto. Isso sim para mim é sentir.

Preciso sentir o som de acordes mal dados no violão. Preciso de noites em claro devido à vodca e promessas que nunca serão cumpridas, para sentir.

Para sentir preciso do samba e da bolsa nova, preciso discutir Sartre, analisar Freud, tocar Chico, ouvir Cazuza.

Para sentir quero me embriagar de Baudelaire, rir com Veríssimo, batucar Cordel, dançar com Naurêa e brindar ao cinema. Vou citar Tolkien e recitar Shakespeare. Seguir Sun Tzu e elogiarei o rock clássico. Vou pedir que kaya dentro do reggae e
dos regueiros.

Vou aplaudir. Para sentir vou misturar o teatro e aturar a TV. Criticar propagandas, comprar seus produtos e vender minhas idéias. Vou beirar a loucura e a política. Chutar idéias sobre futebol e rogar para passar longe das religiões.

E assim passarei uma noite bebendo de tudo, copiando de alguns e criando do nada. Mas QUERO TUDO! Tudo de vez, e em doses cavalares. Por que um dia conseguirei colocar ao menos uma gota de conhecimento nesse deserto seco que queima dentro de mim.


sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Depois de Ver... Os Lados.


Minha infância tinha dois lados como nos vinis da época: lado A (o lazer, a diversão) e lado B (a escola, os estudos). E cada lado tocava um “X” números de faixas do mesmo ritmo, estilo e ou intérprete.

Eram de uma simplicidade tal, que você, mesmo sem nunca ter ouvido o disco, podia imaginar qual seria a faixa seguinte; e isso não era ruim. Elas nunca te decepcionavam, nunca fugia do simples, porém continham em si uma beleza sem tamanho. Os ruídos característicos que dão vida às músicas, que nunca incomodavam, só podiam ser comparados aos ruídos das fitas k7 ouvidas em um walkman.

Mas tudo mudou. Tornando-se urgente, variável e confuso, com a chegada dos players e suas intermináveis playlists, a enorme variedade de ritmos, cores, batidas e cantores é quase assustadora. São ouvidas quase ao mesmo tempo, com uma perfeição plástica e muitas vezes sem emoção, que está longe de ter o calor de um vinil.

Enquanto no “bolachões”, víamos a vida de forma simples e harmoniosa, ouvindo uma seqüencia de músicas cuidadosamente enfileiradas, para que sentíssemos cada minuto de forma única, nos players, temos os sufflês que mudam o rítmo da vida a cada segundo, sem nos deixar ao menos sentir.

Hoje me contento com o vibrar sujo de um violão em punho, da própria voz desafinada e dos acordes mal tocados por minhas mãos, e só assim, sei que músicas apesar de serem tão sublimes são sim feitas por humanos, com sentimentos que transbordam pelos instrumentos até nossos ouvidos.


domingo, 7 de fevereiro de 2010

Depois de Ver... A Tecnologia sendo usada de maneira adequada.

Palmas para a tecnologia sendo usada de maneira adequada. Quinta-feira (04/02) tive um dos melhores momentos da minha vida virtual, debater o mundo, a morte e a vida com amigos e pensadores modernos. Expor idéias, absorver informações. Construir teorias, tudo isso me fez pensar na tecnologia, das inúmeras vantagens e benefícios que ela pode e trás ao nosso cotidiano. É senso comum que a tecnologia tem a principal função democratizar a informação e "aproximar" as pessoas.
Mesmo que muitos critiquem dizendo que é uma aproximação vazia por estar cada um em seu mundo quando se encontram. Mais o fato é que acontece sim essa aproximação, sabendo dosar de maneira adequada para que os seus amigos e companheiros virtuais não substituam, mas que se somem aos amigos do "mundo real". Saber medir e pesar as informações, os conteúdos adquiridos na rede também são de extrema importância.

Para mim é válido usar a rede como distração, com jogos, vídeos engraçados e coisas afins. Mas debates, leituras e coletas de informações também devem existir. Por isso termino com uma frase chavão mas que cabe muito bem aqui: "use a tecnologia, mais não deixe que ocorra o contrário"