terça-feira, 20 de julho de 2010

Depois de Ver... O Sonho.

Ele acordara de um sonho inquieto, e ouvira o barulho da porta da frente se abrir. De salto levantou da cama e correu em direção a sala. Por segundos o que vira o fez para em pé ao final do corredor e fixar os olhos em olhos tão familiares. Estava ela parada no meio da sala, uma pequena sacola ainda em punho, sorriso no rosto. Os olhos dele correram das mãos dela até a fechadura da porta, onde havia duas chaves uma de cada lado. Segundos de silêncio que pareceram eternos, que só fora interrompido pelo barulho único da sacola a despencar ao chão de súbito.

Em meio à certeza de só existir uma chave para aquela porta e a impossibilidade daquela cena a realidade tomou conta dos seus olhos, e o teto fosco e frio dominou a sua visão enquanto uma lagrima descia o rosto, corpo banhado de suor. Tudo fora apenas um sonho.

De súbito olhou fixo a porta do quarto, na tentativa de ouvir barulhos, tão esperados, que deveriam vir da sala. Mas fora apenas um sonho. Não existe outra chave, não existe outro alguém. Não há mais sacolas nem tão pouco estradas, só o quarto. O frio e vazio quarto cerrado do exterior por janelas que proíbem os raios do sol da manhã entrar.
Ele levanta e põe-se a sua rotina diária, enquanto Janis canta, junto a uma guitarra chorada, baixinho no cd player:

“Summertime, time, time, Child, the living's easy”.



quarta-feira, 7 de julho de 2010

Depois de Ver... A sutileza...

Do Romance ,
Com mãos suadas, beijos delicados e declarações
À Paixão,

De nuca arranhada, lábios mordidos e pele
Com Amor,
Mesmo que... Platônico, de filme, de fossa

Com Paixão,
Com lençóis revirados, pernas unidas e nudez
Do Amor,
De confidencias amigas, olhares singelos e confiança
Ao Romance,

De rosas vermelhas, bombons recheados e carinhos

Há Amor,
Na distância sofrida, na saudade desmedida e impossibilidade
Com Romance,
Nas caminhadas parelhas, escuro no cinema e descobertas
Da Paixão,
De carne trêmula, pegadas com força e entrega
.