quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Depois de Ver... Como seria se...

Conversas não tivessem sido ouvidas,
Os horários combinassem.
Humores não mudassem
Nem conclusões fossem tiradas


Descobrisse ainda mais tarde
E houvesse outro par de óculos.
Eu bebesse mais, falasse menos.
Um beijo acontecesse
E o pires testemunhasse.


E se a verdade fosse aceita?


O samba seria outro?
O esmalte teria outra cor?

Se são laços criados

E/ou o presente e o futuro olhando-se,
Só o senhor do tempo guarda esse segredo.

domingo, 15 de agosto de 2010

Depois de Ver... O Início.

Eva entrou na lanchonete já com a arma em punho, solta ao longo do corpo. Com seu tênis surrado, calça jeans, camiseta do Guns e sorriso no rosto. Andou pela sala despertando o olhar curioso dos presentes, sentou-se na cadeira a frente do único sujeito que parecia ter ignorado a sua entrada. Olhou bem para ele e pós a arma sobre a mesa. Ele, que em momento algum tirara os olhos da xícara de chá a sua frente, com as duas mãos cruzadas diante de si, assim permaneceu ate ela quebrar o silêncio.

- Lembra de mim?

Lian respondeu apenas com um sorriso, e em meio a este uma lagrima desceu pelo canto do seu olho direito. Ainda sorrindo levou a xícara aos lábios tomando um gole de chá, a pousou cuidadosamente sobre o pires e devagar levou sua mão ate a arma. Eva, que o acompanhava com os olhos, não esboçara nenhuma reação. Ele empunhou a arma, vislumbrou o tambor cheio do 38 a sua frente e pela primeira vez naquela tarde olhou-a nos olhos, engatilhou e apontou cuidadosamente o cano da arma para a própria têmpora direita.

Segundos depois Eva retirava a arma da mão desfalecida de Lian. Ela olhou-o, e caminhou pela lanchonete em meio aos olhares assustados dos fregueses, sem dizer nada pôs a arma ainda quente na frente do garçom. Ainda sustentava o mesmo sorriso misterioso de sua entrada quando saiu sem dizer nada, deixando a arma sobre o balcão.

domingo, 8 de agosto de 2010

Depois de Ver... Sorte ou Revés.

No rolar dos dados
A busca pelo lar.
Giros do mundo
A chance de acerto.



Nas voltas dos pinos

A busc
a pela carta.
Outro mês, outro inicio
Mais duzentos a serem usados.



O salário, os gêmeos

O carro, a herança recebida.
Na meta: a mansão, o luxo.
A ponte, o quadro raro.



Da combinação ao dobro,

Para o ganho do hotel,
Construir, juntar.
Para a fuga da prisão.



Um ganha,

Um quebra a banca e o banco.
Na jogada arriscada
Imóveis, limitações e Cias

Monopólio... vida.

Depois de Ver... O Bar.


Entre, bata na mesa

Peça uma dose

Exija o petisco

Coloque os pés na cadeira

Reclame da decoração

Diga que o peixe esta frio

Tome a saideira

Quebre o copo

E saia sem olhar para trás

Não pague, não pense nos cacos

No garçom, nem no liquido derramado


quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Depois de Ver... O Mistério.

Foto: Julyana Rocha ( autora do blog: www.olhosdelynce.blogspot.com )



E o mistério chegou mancinho

Se aninhou com calma

Roubou um sorriso

Provocou uma lágrima.

Logo fez sumir o sono,

A barriga esfriar.

As aulas tornaram-se longas,

As noites curtas

E as semanas intermináveis.

Ai veio a saliva, a pele, o cheiro.

Veio o beijo e o carinho,

Com eles o pecado,

o sorriso, o choro,

a doçura, o soluço.

E então veio a entrega

Para mostrar o prazer

Fazer a magia

Apresentar o lazer

Provocar euforia.

Depois foi a distância

Que afastou o romance

Chegou se negando

E gritou de repente.

Fez-se o corte, o vôo

Quase tudo se foi,

E só restaram o mistério e a saudade.