segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Depois de ver... A corrida.

O mostrador digital do velocímetro do uno oscilava entre 100 e 140 com assustadora velocidade. Os punhos marcavam o volante com força e nem o fluxo intenso da estrada fazia com que seu pé desgrudasse do acelerador.

Ele esta apreensivo, era perseguido pela sombra de um futuro próximo e a angústia o consumia. A chuva, a noite e a quantidade de carros naquela véspera de natal eram os obstáculos que o separavam do seu objetivo.

A pista escorregadia, as ultrapassagens imprudentes, carros, carros e mais carros. As luzes sugavam sua mente até as aparições das vindouras lembranças. Os olhos dele saltava do relógio ate a penumbra do horizonte enquanto continuava a riscar a estrada com a borracha.

Quanto mais se aproximava do seu destino os fantasmas se dissolviam e a esperança brotava dentro dele. Até a chuva diminuiu e seu coração disparou. Imaginou ate ter visto pequenos raios lunares lhe guiarem por caminhos tão conhecidos.


Quando finalmente chegou, estacionou o carro em frente a pequena e aconchegante casa e olhou o relógio. Toda a sua odisséia se justificara. Pela janela viu o olhar singelo de sua garotinha se abrir em um sorriso, tal como se o próprio Papai Noel tivesse se conjurado em sua frente. Foi pela janela, mesmo na chuva, que ele sussurrou as palavras: “Cheguei a tempo do seu Natal.” E aquele sorriso se eternizou.