quinta-feira, 21 de junho de 2012

Depois de Ver... O Poeta.


- Se sou poeta? Nunca fui. Poeta não é uma definição, é um estado. Se hoje eu estou poeta? Hoje sim, hoje e sempre que posso.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Depois de Ver... Os amantes.


Todo amante com uma caneta pode ser poeta. Basta deixar o amor escorrer pelos dedos e chegar ao papel. E olha que o amor nem precisa ser correspondido, ela nem precisa saber que você existe, aquela música pode nem falar seu nome, o trabalho pode nem lhe recompensar o suficiente... Se a paixão for verdadeira, já basta.

Depois de Ver... Que não há nada de errado.

Será que é errado se sentir o seu protetor? É errado me sentir forte quando te vejo em meus braços. Adoro te ver dormir aconchegada em meu peito como se nada no mundo importasse mais. Adoro ver nos teus olhos fechados que meu peito é a mais firme fortaleza e que meus braços são toda proteção que precisa.

Tem algo de errado adorar tudo isso?

terça-feira, 19 de junho de 2012

Depois de Ver... Os Olhares.

Para dar certo, podem e ate devem ser diferentes ou opostos, mas o objetivo tem que ser o mesmo. Se cada um olhar para um lado, os olhares nunca se encontrarão.

sábado, 16 de junho de 2012

Depois de Ver... Que com você sou melhor.

Eu, perto de você sou diretamente propocional ao que você é perto de mim.

Com você sou melhor.

domingo, 10 de junho de 2012

Depois de Ver... Encontros.


- Mas o que eu faço? O que eu falo? – Perguntou Lian revirando-se na cadeira.
- É simples. Não faz nada. – Foi a resposta impassível dada pelo Samael.
Os dois estavam sentados a alguns minutos em uma mesa ao fundo do bar quase vazio. Os primeiros copos de whisk de ambos já estavam chegando ao fim, e a conversa nem dava sinais de acabar.
- Você acha? E se eu for esquecido? – Lian resmungou olhando para o copo.
- Não tem “se” nessa história. Você será esquecido. Se você não fizer nem falar nada, só vai acelerar um pouco o processo. O que provavelmente será bom para todos.
Coincidentemente duas horas antes, naquela mesma mesa, a cena era outra.
Eva pensava enquanto olhava distraída para um quadro na parede. Estava sentada junto a duas amigas que conversavam euforicamente sobre banalidades. Ou seriam coisas importantes, Eva não se importava. Em sua cabeça apenas duas palavras ressoavam “e se...”.
- ...e podemos fazer assim, né!? O que você acha Eva? – perguntou Cíntia virando-se para ela.
- Eu... – titubeou voltando a si, do mergulho de seus pensamentos onde se encontrava.
- Onde você tá com a cabeça, hem?! Ultimamente tu anda assim. – Bruna comentou ríspida.
Eva levantou-se rapidamente e saiu a passos rápidos em direção à porta. Parou segurando a porta de saída e murmurou para si:
- Tudo é mutável, e a chave está em minhas mãos.
Horas mais tarde, Lian ainda pensava sobre a frase do amigo, e enquanto dava os derradeiros goles de sua bebida disse:
- Você tem razão, acho que essa é a melhor decisão para o momento. Mais isso não quer dizer que é para sempre, né!?

A última frase soou como quisera se convencer do que dizia. A resposta de Samael veio fingindo uma certeza que não existia:
- É.
Lian, que durante a espera da resposta manteve a respiração presa, suspirou aliviado e pediu outra dose ao garçom. Só quando ambos já estavam com seus copos novamente cheios ele voltou a falar:
- Tudo bem. Eu aceito. Diga-me o que tenho que fazer.
- Como já disse, nada. Vá e viva a sua vida. O tempo se encarregará do resto. – ele parou o copo no meio do caminho ate a boca e continuou - Ela virá a qualquer momento. Lembre-se de não cometer o mesmo erro novamente e comentar sobre nosso encontro. Ainda há muito o que ela aprender.
A resposta foi muda. Uma desviada de olhos e uma leve contraída de boca. Porem foi suficiente para Samael entender que suas palavras haviam sido ouvidas e consequentemente seriam cumpridas a risca.
Ainda com sua ultima frase suspensa sobre a mesa, Samael tragou toda a bebida de um gole, voltou a sentar o copo na mesa e se levantou. Com um ar prepotente nos lábios e sem dizer nada, deu as costas e saiu, deixando o amigo com os seus pensamentos.
Minutos depois Eva entrou um tanto quanto apreensiva pela porta do bar e fixou seus olhos no olhos de Lian, que ainda se encontrava sentado. Ela se aproximou e sorriu, ele em resposta ensaiou um sorriso e disse:
- Estava te esperando.
- Me disseram que você estava aqui.
- Que bom. Já tava de saída. Vamos.
Ambos se direcionaram para a porta lado à lado, em silêncio. Na certeza de que tudo é transitório, Lian deixou o bar em companhia de Eva. Em seu intimo ainda havia um pouco de esperança, que mesmo para um ser ateu como ele, podia soar como fé.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Depois de Ver... A Caixa.




Final de tarde, Raul e Gabriel andavam pelo centro em silêncio. A intimidade da amizade dos dois permitia o silêncio sem os deixar desconfortáveis. Foi o Raul quem quebrou o silêncio:

- Ontem quando cheguei em casa tinha uma caixa com um gato dentro bem na minha porta.
- O que?
- Ontem quando cheguei em...
- Não, isso eu ouvi. – Interrompeu Gabriel - Mas como assim?
- Tinha uma caixa no chão, bem na frente da porta, acho que tem um gato dentro.
- Vivo?
Olhando para cima como se pensasse com seus botões, Raul respondeu:
- Não sei.
- Como não sabe? – A pergunta veio com um tom de leve  irritação, que logo foi controlado.
- Não abri para ver.
- Mas... Como assim não abriu?
- A caixa tá lacrada. – Raul deu de ombros, como se fosse a resposta mais obvia. - Nem dá pra ver o que tem dentro. É meio pesada e quando balanço não faz barulho nenhum. Eu é que não vou abrir.
- E como é que você sabe é um gato?
- Sei lá. Eu acho que é.
- Então abre a caixa, horas. Vai deixa o pobre do gato morrer?
- Eu não. Vai que não é um gato. É um tocador de fitas imitando o bicho ou uma pelúcia que faz aqueles barulhinhos, sei lá não acho uma boa ideia abrir aquilo.
- Mas e se for um gato? O coitado deve tá sufocando lá dentro.
O dono da caixa torceu a boca, constatando o obvio que havia na lógica do amigo. Mas ainda assim teimou:
- Mas ai não é problema meu.
- Como não? Você é quem tem a caixa, o gato tá dentro...
- Ou não, nunca se sabe. - Foi a vez de Raul interromper
- Tá... Você é quem tem a caixa, o gato "pode ou não” estar dentro – acentuou as aspas com um gesto de mãos - então o problema é seu sim. E você só vai saber se ele tá lá se abrir. Você pode tá matando o coitado.
- Calma ai, Gabriel. Alto lá! Matando não. Quem fez isso foi o escroto que colocou, ou não, ele lá. E se for uma armadilha? Ou se o bichano tiver mesmo morto? Vai subir aquele cheiro, estragar com minha casa, vai demorar dias para sair.
- Então joga a caixa fora. Ou me dá que eu abro. Você não vai olhar o que tem dentro mesmo. E se for algo perigoso você já se livra.
- Só por que tu quer, que vou te dar minha caixa. Se fosse para ser sua, tinham colocado uma na sua porta. Além disso, eu gosto da caixa. É bonitinha, tem uns desenhos bacanas, combina com minha mobília. Ah, e o barulho que faz é engraçado.
Gabriel deu um pequeno sorriso com o comentário, a seu ver sem lógica, do amigo. E acrescentou:
- Sem comentários. Definitivamente você é maluco. Eu definitivamente abriria a caixa na primeira oportunidade.
- E eu sou o maluco? Você abriria uma caixa misteriosamente colocada na sua porta sem pensar. E eu sou o maluco?
Os dois riram da situação e de suas conclusões opostas e tão verdadeiras, e seguiram em silêncio. Nenhum dos dois voltou a tocar no assunto da caixa e do gato morto-vivo, depois deste dia.
Porem antes dar o assunto por encerrado de uma vez por todas Gabriel perguntou:
- E porque você acha que é um gato mesmo?
- Por que mia.

Depois de ver... Similaridades.


"...não importa se é "assinado" ou anônimo; se ele não muda a vida de alguém (além da do artista), ele falhou." Hakim Bey - ZAT

Eu considero o mesmo sobre a arte, seja a de pintar, de escrever, desenhar, cantar, tocar, sorrir, recitar, interpretar, fotografar, filmar, dançar... E tantas outras formas de manifestação da arte. Se ela não toca, não muda a vida de alguém, ela falhou.