segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Depois de Ver.... Eu me Cuidar

Quando você disse “se cuida”.
Me cuidei, mas pensei:

“Preferia cuidar de você”.

Depois de Ver... O Policial.

Jaime era policial rodoviário a quase duas décadas. E no auge dos seus 43 anos, já tinha visto muita coisa. E ainda assim se surpreendeu bastante quando, as 6 da manhã, viu aquele celta verde parar na frente do posto.

Ele tinha parado aquele mesmo carro a algumas horas antes, logo no inicio do seu turno. O jovem ao volante, uma rapaz que aparentava cerca de 25 anos, estava acompanhado de uma bela jovem. Pouco mais nova. Ambos não tinham carteira de habilitação, e apesar do nervosismo da garota, o guarda informou para que ambos saíssem do carro. Foi quando respeitosamente o rapaz solicitou conversar com o Jaime em particular. E iniciou o dialogo dizendo o seguinte:

- Por favor policial – implorou – meu nome é Thiago e aquela moça que esta no carro é a Joice. Ela é possivelmente o grande amor da minha vida. Ela terminou comigo a 2 meses atrás por que dizia ela não saber o que sentia exatamente por mim. Passamos dois meses juntos. Hoje a muito custo consegui com que ela aceitasse o meu convite para sair. E quero usar essa noite da melhor maneira possível para prová-la que sou o cara perfeito para ela. E agora, isso está em suas mãos. Se o senhor me deixar realizar isso durante essa noite, vamos a uma festa e pela manhã, ainda nos primeiros horários voltarei aqui para te entregar o carro.

Olhando bem nos olhos do rapaz, Jaime deu um leve sorriso e falou.

- Tá garoto. Vai, mas se cuida e nada de beber. – ele tinha a certeza que nunca mais veria o Thiago na vida, mas com certeza o rapaz falara a verdade sobre gostar da menina, e sobre aquela ser possivelmente a sua última chance com ela.

Naquela manhã, horas depois do ocorrido, quando olhou o carro estacionando e dentro dele, o jovem casal sorridente se beijar, sua surpresa fora tanta que ele gargalhou. E indo até o garoto que estendia para ele as chaves do carro, com um largo sorriso no rosto, disse:


- Vai pra casa, garoto. Só leva ela pra casa em segurança. E vê se não apronta.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Depois de Ver... Anjos.

Anjos?

Não. Estão mais pra deuses.
Amigos são assim, perfeitos a sua maneira.
São pequenos deuses ao nosso lado que carregam dentro de si,
Um pouco do nós.
Que carregam a responsabilidade por muitos dos nossos sorrisos.

São sim, mais importantes que os amores.
Amores nos sugam, no mudam, nos transformam.
Já os amigos carregam neles,
Um pouco de anjo e um pouco do pequeno demônio,
Que nos tenta a ousar,
A ousar ser feliz, a sorrir.

Amizade é assim,
É roubar cones na madrugada.
É xingar, é rir junto, é beber junto.
É tocar violão com estranhos.
É poder confiar.

Amizade é isso.
É assim.
Chega de mansinho sem se definir bem de onde.
E vai se enraizando, se prendendo.
E por mais que se vá, que se afaste, que se separe,
Sempre ficam as memórias,
As raízes dos laços.

São vidas que se tocam e se conectam.
São assim.

domingo, 15 de dezembro de 2013

Depois de Ver... As Dores nas Redes Sociais.

Não choro minhas magoas pelos cantos.

Sou poeta. Derramo dores e amores no papel.

Mas são sentimentos que você, leitor, nunca saberá se os sinto ou se os minto.

Se os sinto, são coisas que vivi, e que fazem parte de mim, da minha história.

Se os minto, são coisas que pensei, que inventei, que extrapolei, de todas as coisas que vivi.

Então... O que escrevo, são sentimentos do que sou.

O que eu crio, sou eu.

Depois de Ver... O Quanto Cabe em um Silêncio.

- Larga tudo e vem.
- Não posso aqui tenho uma vida.
- Sem mim?
- Eu sei, é meia vida. Mas aqui tenho estabilidade.
- Aqui tem eu.


(silêncio)

Depois de Ver... Lembranças de um Setembro.

Ainda lembro de cada segundo de setembro.

Confesso que ainda lembro de ti.

Do teu cheiro, do teu gosto, da tua voz.
Dos teus lábios.

Só não em atrevo dizer em voz alta.

No máximo escrevo essas mal traçadas linhas, para que se perca no esquecimento.

Por que não te digo isso? Para que não ria de mim. Sou assim, sentimental. Mas orgulhoso.

Por que sou assim, e acho que isso nunca te agradou.

Sou assim e nunca tentaria sozinho.

Mas saiba que o setembro nunca saiu da minha mente.

Quem dera ele se eternizasse.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Depois de Ver... Essa Coisa Simples.

Deixa eu te sorrir.
Não precisa nem sorrir de volta.
Só deixa meu sorriso entrar em ti e transformar o teu dia.

Só olha.
Dois segundos já bastam.
Essa coisa, que simples para ti parece.
É o que há em mim de mais belo, de mais verdadeiro.
Mas só acontece quando te vejo.
Então... Deixa eu te ver.
Deixa eu te sorrir.
Só isso!

Simples assim.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Depois de Ver... A Menina que Dança.

Ei pequena de olhos de fogo, sorria.
Como se não houvesse passado.
Como se ainda fosse dia, sorria.
Sorria, e beija.

Ei moça de corpo em pecado, beija.
Que teus lábios são de mel.
Que teu desejo combina com teu beijo.
Beija, e sonha.

Ei garota que aprende depressa, sonha.
Toda a noite, só coisas doces.
Toda vida, quisera que fosse, teus sonhos.
Sonha, e voa.

Ei menina que corre e que pula, voa.
Que no céu não há limites.
Que teu grito é o primeiro que ecoa, então voa.
Voa, e dança.

Ei mulher que encanta o passante, dança.
E para o mundo com o quadril.
E atrai todos os olhos e olhares, com a dança.
Dança, e vive.

Vive, intenso e intensamente.
Vive, pra beijar e sorrir.
Vive, tuas danças de sonhos.


Vive, que teu viver, só me faz voar.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Depois de Ver... O Cenário Musical.

- Sabe o Tom?
- O Zé?
- Não, o Jobim.
- Sei. Amigo do Chico.
- O Cesar?
- Não, o Buarque.
- Ahh, isso. Ouvir uma música dele hoje, cantada pelo Zeca.
- O Pagodinho?
- Não, o Baleiro.
- Ahh. Gosto muito dele. Também gosto do Jorge?!
- O Aragão?
- Não, o Bem Jor.
- Legal. Eu tava ouvindo ontem o Gilberto.
- O João?
- Não, o Gil.
- Ahhh. Amigo do Caetano?

- O Veloso?
- Isso.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Depois de Ver... Machos e Fêmeas.

Não sou feminista. Muito menos machista. Só acho que as mulheres tem que ser tratada da mesma forma que o homem. E ter os mesmos direitos (coisa que no mundo hoje, existe praticamente só no papel.)

Mas realmente não acho que só por que os homens (em sua maioria, salvo raras exceções) são babacas, estúpidos e sem a menor moral. Que as mulheres devam ser assim também.

Façam um favor a vocês mesmas, deem o "troco" escolhendo melhor. E não se rebaixando ao mesmo nível.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Depois de Ver... Esse Sorriso.

Olha... Vou te dizer só uma vez:

Não aparece na minha frente. Se não, te arranco esse sorrizinho da cara e...
Te coloco um sorrizão, 13 vezes maior. 

Nem que isso custe o meu.

domingo, 24 de novembro de 2013

Depois de Ver... O Vinho e o Coração

Comecei naquela tacinha que faz bem para o coração;

Passei pela taça que nos deixa alegres e como coração leve;


Agora, estou quase naquela garrafa que faz lembrar das dores dele;


Não vejo a hora de chegar naquela em que eu apago e o coração se silencia por algumas horas.

sábado, 23 de novembro de 2013

Depois de Ver... Seus Lábios.

Sobre lábios, tem algo que me intriga.
Que devem os meus dizer
Para os teus ter?

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Depois de Ver... O Acidente.

O que passaram por mim foram dezenas de nostalgias. Passaram a toda. Vi sentimentos se atropelando na minha frente.

Reduzi a velocidade, tentei virar o rosto, tentei ignorar os destroços e não consegui. Parei o carro logo à frente e desci para ver o acidente.

A cena era dantesca, pedaços de saudade por todos os cantos, as lembranças todas férias e arranhadas. Amores tão machucados que mal dava para reconhecer.

Nem os medos e as dores passaram em puni, alguns caídos, nem sei se ainda viviam, outros tão feridos choravam desesperadamente, muitos esfolados, com rostos desfigurados, alguns sem braços e pernas que eu duvidava que pudessem sobreviver.

As dúvidas corriam de um lado para outro com olhares espantados, as tristezas deitadas quietas em um canto, mal dava para saber se estavam machucadas ou não. As alegrias riam desesperadamente de nervoso.

A que estava em melhores condições era a esperança. Que tentava em vão reanimar uma paixão desmaiada em um canto. E foi em meio a esse caos que cometi, talvez, o meu maior erro. Me pus a ajudar a esperança em sua missão de salvar a todos. Começando por aquele pobre paixão desfalecida em minha frente.

O amor próprio gritava para que eu me afastasse, e a solidão, minha única companheira de viagem, sentada confortavelmente no banco do carona, olhava a me recriminar.

Mas contrariando ambos me empenhei em ajuda ao máximo para reviver a paixão. E quando tivemos sucesso e seus olhos se abriram, no mesmo instante eu a reconheci e fui reconhecido. Ela, ao me ver tão próximo levantou sua mão em reflexo e a rompeu em minha face, e em um só salto, levantou-se e correu estrada a fora.

A esperança ao meu lado, desculpou-se comigo, ao ver meu olhar atônito e seguiu fazendo seus salvamentos.

A dúvida agora mais calma, sentou-se ao meu lado e me perguntou:

- O que fará agora? Vai atrás dela? Vai continuar tentando salva-los ou vai seguir o seu caminho com sua companheira de viagem?

Fui sincero em responder:


- Não sei.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Depois de Ver... A Dúvida.

Podia dar um “Oi”, perguntar como está? Fazer uma piada, elogiar a foto nova.

Podia indicar um livro, tentar arrancar um sorriso, dizer que sente saudades. Dizer que ainda lembra, que ainda a quer, que sonhou com ela.

Podia tanta coisa.

Mas e o medo? O medo de enfiar o dedo em uma ferida que ainda dói? O medo de receber um outro: “me deixa em paz”?

Será melhor dormir com a culpa por não ter tentado? Ou com o gosto amargo do “não” a lhe ferir os ouvidos?

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Depois de Ver... A Mais Próxima Distância


E eu, que nunca mais te toquei,

Hoje não mais ouço a sua voz,

Que sinto saudades dos teus lábios.



Logo eu, de tantos.
Fui gostar assim, de ti.
Logo tu, de tantas.

Depois de Ver... O Inusitado Acontecer.

Sophia era o que se podia chamar um anjo na terra. Pele extremamente branca, olhos castanho mel, fundos e penetrantes. Seus cabelos muito pretos, com cachos bem formados, lhe desciam até a cintura. Foi ela quem iniciou o dialogo bastante improvável.

- Qual o seu signo?

Ele, um sujeito carrancudo sentado na sala de espera do cinema ao lado dela. E lia calmamente o livro que tinha nas mãos. Não era velho mas já beirava os 30. O que muito contrastava com os 18 anos, recém-feitos, de Sophia. Negro, alto, cabelo baixo e barba bem cheia que tomava todo o rosto. Se não fosse a camisa de botão, branca com listras azuis, bem limpa e bem passada, se passaria facilmente por um mendigo.

Olhou inquisidor para ela e respondeu seco:

- Leão.

- Serio? Você está aqui só? Vai assistir o que? Que livro é esse? – falou ela, já pegando o livro da mão de Roberto para ver a capa.

- Com licença!? – Falou ele tomando de volta o livro das mãos da moça. Levantou-se e falou educadamente antes de partir – Tenha uma boa tarde.

Ela silenciou em sua solidão, e permaneceu sentada. Era afoita e apressada em se relacionar, sentiu muito por ter perdido a oportunidade de saber sobre aqueles olhos. Mas prometeu a si mesmo que ainda o veria e que ainda teria para ela seus abraços.

Ele, só, seguiu seu trajeto, era passivo e machucado. Não mais sabia lidar com paixões, preferia as guardar para si. Viu nos olhos dela o singelo brilho, mas prometeu não tocar almas. O peso e o pesar eram imensos e preferia não ser ele o responsável.

Minutos mais tarde coincidentemente, se encontraram na sala lotada do cinema. Sentados lado a lado, nenhum dos dois disse nada, em um silêncio mórbido e constrangedor. Ao final da sessão, ela avançou sobre ele, lhe deu um beijo na face e disse:

- Desculpa.

Sem esperar uma resposta, Sophia, envergonhada, correu porta a fora.

Ele apenas deu um sorriso. Levantou calmamente e saiu da sala. Sabia o que ela sentia e sabia o porquê.

Depois de Ver... Três Passos.

Três passos foram suficientes para ele se afastar. Andando de costa por entre as pessoas, enquanto esbarrava em todos. O olhavam com caras feias, críticas e gestos indignados. Mas ele não ouviu, não deu importância, seus olhos ainda grudados no de Beatriz, marejados, sentiam o olhar dela o empurrando, o pressionando contra a multidão.
Foi então que em um baque surdo, seu corpo se encontrou com a dura e fria parede e seus olhos se fecharam.

Queria correr ao encontro dela, queria dizer “te quero, vem comigo”, queria gritar, queria ela. Mas apenas escorreu o corpo pela parede, sentando-se no chão. Ficou imóvel, de olhos fechados, até que todos partiram.

Levantou em silêncio, olhou ao redor a festa vazia e Beatriz sentada em um banco. Ela o acompanhou com os olhos enquanto ele sai pela porta. Antes de sair, porém, deu um breve sorriso para ela. Já de costas, apenas uma lágrima escorreu do seu rosto e ele sussurrou para si: “Só era necessário que você sorrisse de volta. Também sinto dor e esse sorriso não é verdadeiro. Mas poderíamos construir juntos se você permitisse”.

Se ela tivesse sorrido, ou ao menos dado um passo em sua direção. Quem sabe ele até daria os outros dois.


Quem sabe...

sábado, 9 de novembro de 2013

Depois de Ver... Promessas Quebradas.

Já cheguei a confiar bastante na noite.
Hoje, não mais. Foram tantas as quebras de promessas.

Hoje, só confio na lua.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Depois de Ver... Que Quero Saber de Você.

Me conta, me diz, quem é você?
O que é que você fez hoje?
E ontem? E sexta feira?

E sua vida inteira?

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Depois de Ver... A Noite Sem Luar.

Ela pegou um livro na estante, era Neruda. Abriu a esmo uma página qualquer. Aquilo o encantou de tal forma que o fez sorri por dentro.
Ela leu em voz alta e a alegria recém aflorada dele se esvaiu, suas palavras eram um vazio só, lembrava receita de bolo. Puro azedo.
Ele lhe disse que estava morrendo de dor de cabeça. Que era melhor leva-la e voltar para deitar um pouco.
A levou, não voltou para casa, sentou no jardim e olhou o céu sem lua por algumas horas, em completo silêncio.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Depois de Ver... A Mancha.

“Bom... Pode entrar a casa é minha, mas pode fazer as mudanças que quiser, só por favor não mexe nas minhas bebidas. Vou precisar saber onde elas estão depois que você se for. 

E também não faz carinho na gata. Depois ela fica mal acostumada.
Levar ela!? Nem pensar. É minha única companheira. A única que vai e volta, e que aguenta minhas manias. Compartilhamos, eu com as minhas ela com as dela. Ela toma sol pela manhã, eu tomo vodca. Ela só come um tipo de ração, eu só bebo uma marca de suco. Ela sai e volta quando precisa de algo, eu só saio quando preciso de algo, como simular conexões. Somos assim, cada um com suas manias e suas manhas. Nos aturamos, felizes de certo modo.

Achou bagunçado? Pois é! Nem tento mais arrumar, cada uma que passa acaba deixando coisas diferentes, levando um tanto embora.

Que manchas são essas? Hummm Foi uma das primeiras que passou que acabou fazendo isso. É a única coisa que acaba ficando, não por escolha minha.

Limpar? Claro que pode. Até deve.
Na verdade é o que todas dizem, logo quando chegam, que vão começar limpando essas manchas. Mas acabam colocando moveis encima para esconder e acaba ficando por isso.
Mas pode limpar sim. Até ajudo.

Se eu gosto?
Claro que não. Mas estão ai. Não posso fingir que não existem.

Até jogo água sanitária de vez em quando. Mas acaba borrando mais, e o cheiro nunca sai. Ai acabei desistindo. Pelo menos tem uns desenhos diferentes.

Se era um retrato? Não exatamente.
O que era essas asas!? Tem asas ai? Não lembro. Enfim... Dá para esquecer essas manchas e se concentrar em mim? No que eu tô falando?
Como assim eu gosto de lembrar?
Não sai assim... Espera”


Pronto. Lá se foi mais uma. E olha que esta bateu o recorde. Nem ficou pra saber o nome dele por inteiro.
Será ele fatalista!? Não, apenas realista. Se apenas essa machinha a toa causou esse estrago, imagina se ele a deixasse ficar? E quando ela descobrisse a mancha meses depois? Depois dela ter pintado toda a casa, trocado as cortinas, mudado os móveis de lugar... E então, depois de tudo isso, visse a mancha e resolvesse ir embora!? Não seria pior?
Seriam novas paredes para pintar, mais litros para secar e muito mais alvejante, na tentativa de tirar as antigas manchas e as novas deixadas.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Depois de Ver... O Homem Sobre o Muro.

- Ei! Você ai! Você que caminha, vem cá.

Era o que dizia um homem em pé sobre um muro. Enquanto olhava um transeunte e o chamava com o dedo indicador.

Lúcio, que passada apressadamente pela calçada, se quer tinha notado a presença da estranha figura que o chamava. Mas ainda assim, parou, esboçou um sorriso desconfiado e se aproximou.

- Você já tentou alcançar uma estrela com a mão? – disse o homem sobre o muro.
Lúcio sorriu e, sem nada dizer, foi dando as costas e  saindo, quando foi novamente convocado.

- Estou falando sério. Calma espera, eu não sou louco. – o homem foi sentando-se no muro com intenção de ficar mais próximo do rapaz que o ouvia.

Quanto a Lúcio, apenas parou, e esperou a próxima frase da figura que se apresentava a sua frente.

- As estrelas, aquelas, lá no céu – ele apontou para o claro céu diurno, sem se quer uma nuvem – alguma daquelas, lá encima. Quando criança, talvez!?

- Não! Acho que não, sei lá.

- Como não sabe? Ahhh, com certeza você se lembraria se já tivesse pego uma delas.

Lúcio agora ria. E se questionava o porquê de ter parado para ouvir um maluco qualquer, que Andava sobre um muro, fazendo perguntas sobre pegar estrelas aos passantes. Ainda assim se deu ao trabalho de argumentar:

- Você perguntou se eu já tinha tentado pegar. Não se já tinha pego.

- Então quer dizer que já pegou. – o homem sorriu animadamente, e olhava com olhares brilhando, como se desejasse saber sobre a experiência.

- Não. Nunca peguei. Mas tentar pegar é diferente de conseguir pegar.

- Não é não. – disse o homem com ar de decepcionado. Ele voltou a olhar para o céu e se continuou falando como se narrasse um sonho. – ao tentar alcançar, ao se permitir sonhar em alcança-las, automaticamente você abre a sua cabeça para a esperança para a fé. Para a fé em si e as belezas do mundo. E assim, só em tentar, você já ganha para si a melhor das estrelas. Aquele brilho, que te ilumina por dentro e desponta no sorriso, nos olhos e sai irradiando por todos aqueles que te olham.

O silêncio que se seguiu, poderia ter sido constrangedor. Se não estivessem os dois com os olhares voltados para o límpido céu azul.
Lúcio ergueu o braço direito bem alto fechou a mão e a trouxe em direção ao peito. Fechou os olhos por um segundo, deu um singelo sorriso e seguiu caminhando na rua. Só então o homem se deu conta de que Lúcio se afastara, deu um largo sorriso de satisfação e voltou a ficar em pé sobre o muro.

Segundos depois estava ele apontando e chamando uma senhora que passava pelo local. O dia seria longo, e ainda haviam dezenas de respostas a serem dadas e de realidades a serem divididas:


- Ei! Senhora. A senhora mesmo. Vem cá. A senhora já pensou ser um submarino?

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Depois de Ver... Coisas Mil.

Eu poderia te dizer mil coisas, e ainda assim nenhuma delas, nem todas elas juntas representariam com a mínima eficiência um centésimo do que penso sobre você.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Depois de Ver... Que Retrocedo Sim!

Retrocedo sim!

Com pesar e confirmando a minha natureza.
Retrocedo sim.
Sou fraco, covarde, tenho milhões de medos e sofro de ansiedades mil.
Tenho um punhado de neuras e de passados mal resolvidos e odeio sentir dor.
Sou um humano adulto e que morre de medo de vacina.
E bem por isso, retrocedo sim.
Um homem frágil, que foge dos o padrões sempre que possível, geme de tanta insegurança.
E retrocedo, bem por acreditar demais, por fantasiar demais, e por ter ido tão longe, tenho que voltar, sempre e de novo.
Pois passou o tempo de ser sonhador, passou o tempo de se fantasiar e ir à lua de navio.
Passou o tempo de ser o herói, o mocinho, o astronauta da idade média.
A solidão da alma agora já corroeu as finas camadas do que havia por dentro. Passou o tempo de brincar de marinheiro com o amigo imaginário.
Por isso... Retrocedo sim!

Porque solidão, só é boa quando é da própria vontade.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Depois de Ver...Sem Pudor.

CONTEÚDO NÃO RECOMENDADO PARA MENORES DE 18 ANOS E PESSOAS CHEIAS DE FRESCURA. =D

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Você já conhece o outro blog do autor?

Dá uma passadinha lá. São os textos mais picantes que não tiveram espaço aqui.

Tem texto fresquinho de hoje. 

http://depoisdeveraoluar.blogspot.com.br/2013/10/depois-de-ver-o-gozo.html

Não deixe de curtir o blog. (A menos que você seja uma pessoa de menor e/ou cheia de frescuras)

www.depoisdeveraoluar.blogspot.com

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Depois de Ver... O Dia Piar.

Ser o pássaro que tanto pia.
Que tanto voa e que livre canta
Que rodopia, pirando em seu voo, em seu verso.
Com asas abertas
E certezas incertas.

Ser o dia que amanhece,
Que amolece o coração do valente.
Que ver a brisa e que sente, as asas a bater.

Ser tudo!!!
Menos a noite que não sara nunca,
Ou a revoada que nunca será.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Depois de Ver... O Que Será.

Por que me olhas, menina?
Com essa boca cor bordô,
Esses lábios tem o sabor,
Do pecado que fascina.

E quem olha, com espanto
Deseja com afinco beijar
E suspira de perder o ar
Rendendo-se a esse encanto

Para delírio dos sentidos
Mergulho fundo no teu ser
Corpo e alma, nós unidos;

E sendo tu o meu norte,
Me entrego ao bel prazer
E me abandono a tua sorte

Depois de Ver... Uma moeda.

Uma moeda pelos seus pensamentos.
Oh minha deusa dos sonhos.
Que me seduz com seu olhar e seu sorriso encantador.
Dou a vida por um beijo teu...
Beijo... beijo vindo dos maravilhosos lábios.
Lábios... Lábios dono do mais belo sorriso.
Ahhh sorriso... Sorriso capaz de parar o mundo a sua volta.

Quem dera eu poder, passar alguns momentos,

Congelado no tempo, no teu sorriso, no teu pensamento. 

Depois de Ver... Os Tombos.

Em cada tombo eu renasço melhor.
Mais forte, mais preparado. Mais disposto.
A cada atraso que levo, a cada puxada pra baixo,
meu corpo e mente se preparam para fortalecer minhas asas,
meus músculos, minha sagacidade.

Ser bom, ser o melhor, e não que o outro,
Ser melhor do que fui ontem.

Se superar a cada dia, a cada escolha, a cada encontro, a cada eu.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Depois de Ver... Doações.

Me doou tanto, a tantos, que as vezes falto pra mim.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Depois de Ver... Lábios Vermelhos.

Ele eternizou na memória aquele momento, aquele segundo, aqueles belos lábios vermelho. Congelou em si, pra sempre, como uma foto. E guardou como uma lembrança de um futuro bom.

Ao passo de dias, foi surgindo dentro dele algo inesperado, algo novo. Frágil, belo, avassalador.

E mesmo com o impossível, foram crescendo os sorrisos, multiplicando os suspiros, somando as vontades...


Mas o que realmente o encantou foi o sorriso. Ahhh...
O Sorriso...
Tão cheio de magia, mesmo tímido, mesmo contido. Porque continha nele só verdades.

domingo, 13 de outubro de 2013

Depois de Ver... Um Texto.

Mais um de tantos.
De tantas outras palavras, ditas e por dizer;
De tantas outras vontades, sussurradas e por matar;
De tantos outros pecados, confessos e por pecar.

Vou engolindo os sonhos, adiando os desejos e dilatando o tempo.
Na luta, para comprimir a saudade e afastar a distância.

E vou esperando... esperando como sempre esperei.
Justo e pacientemente.
Para no tempo devido poder:
Possuir o que nunca foi meu;
Calar a palavra com o beijo;
Abraçar o corpo em pecado;
Consumar os loucos devaneios;
E corromper os lábios de anjo.

E só assim ouvir os sussuros se transformando em gritos,
Os sonhos tornando-se realidade.
E ver cada frase, virar poesia.

sábado, 12 de outubro de 2013

Depois de Ver... Metades.

Por que metade de mim é poeta, e a outra, pura poesia.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Depois de Ver... As Implicações de Ser Minha.

Implica, e muito. Principalmente em não implicar.

Também tem que andar ao meu lado
Não serve alguém pra me puxar ou pra eu arrastar.
Ah... E nunca deve titubear, mentir ou enganar.
Nem se entupir de medos para na hora de fazer, acontecer, de sonhar.
Raízes? Só se forem aquáticas. Nada de chão ou terra para prender.

O mundo foi feito pra ser descoberto,
E esta total disponível para viver.
O passado nos faz, mas não deve nos limitar.
Ou tolher e inibir.

Tá ai todo o mundo, inteiro, disposto a se seu, meu, nosso.
Não há língua, distância ou barreira que impeça.
Não há balança, fita ou palmo que nos meça.

Há de ser a eternidade o nosso tempo,
O imprevisível o nosso caminho,
O infinito o nosso lugar.

É para se eternizar, para correr descalço,
Sorrir pra os gatos, pular com os cachorros.
Gritar sem receio e amar... Sim. E por que não?
Amar!!!

Amar aos outros e a nós mesmos. Amar mais e outra vez.
Até que se canse, até que as forças abandonem o corpo.
E ai então, é hora de descansar,
Para que na manhã seguinte possamos correr outra vez.

Implica em tudo isto. Em querer viver.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Depois de Ver... A Rua.

E cada ladrilho da rua,
Contempla teu corpo suado,
Cheirando a pecado, a desejo, a cobiça;
E tu se encontrado em meus braços
Com carne colada com carne,
Lábios sedentos de beijos, pele nua, paixão.

Testemunhas de olhares confusos,
Se calam de olhos abertos,
Absortos de anseios e prazeres
E se chocam o ver minhas vontades
Realizadas nas tuas curvas.
E vendo, suspiram em aspiração;
Olhando meus dedos intrusos a te preencher com tesão.

As penas entrelaçadas,
As mãos quentes, grudadas
E lábios sendo só um.
Mordidas na nuca e nas costas,
Arrepios de espinha a espinha,
E os pelos em riste, das cochas expostas.

Depois de Ver... O Oitavo Andar.

Partida dói? Dói! Dói nos dois
E dói menos pra que vai.
Mas não esquenta, passa a dor depois.
E ai fica, a lembrança,
O sentimento, e a lágrima que cai,
E vai descendo, pelo rosto, com esperança.
Do que já não há mais.

E da janela, do oitavo andar nós recordamos,
Sentimos e se arrependemos de brigar.
E entendemos que se gostamos, mesmo assim
Não adianta se jogar,
Cair em cima, como uma bigorna,
Prender não vai fazer ficar.

Deixar livre, o que tu gostas, o que tu amas,
e a quem te faz amar,
E vê as flores ao seu redor, e as borboletas voando soltas
Gaiolas nunca as faz melhor.
Olha bem pros passarinhos, com suas asas
E cuida bem do teu jardim,
Pra que as árvores e os cores, atraiam ninhos
Que carregam a vida em si.
E faço votos para que assim seja, e a felicidade
Se multiplique, e traga sorrisos,
Tanto a você quanto pra mim.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Depois de Ver... Instantes.

Quanta volatilidade. Queria chocar, agredir, causar horror.
Guardou os ciúmes no bolso... Gritou horrores, causou um furdunço, provocou um fuzuê, fez o escambau.
Insultou a família, desafiou a vontade.
E não era mentira.

Depois amou, abraçou, chorou nos braços, sorriu e agarrou com paixão.
Fez carinho até onde não podia. E era tudo verdade.

E então... Ignorou...
E voltou a bater, voltou a espernear, a dar tapas de mão aberta, sem dó, sem pena.
Berrou no ouvido e esmurrou sem pensar.

Mas não fazia ideia não machucava. A vida já tinha anestesiado.
Beijou pra passar.
...