sábado, 13 de abril de 2013

Depois de Ver... A Caneta.


Essa é a história de Luísa, Edu e a caneta.

Era uma tarde de sábado e Luísa saia da biblioteca carregada de livros, e se direcionava para o ponto de ônibus... Mas antes de contar o ocorrido nesta tarde de sábado, deixa eu falar um pouco sobre os personagens dessa história.

Luísa é, se é que podemos dizer, o tipo de garota do Edu. Inteligente, simpática, um pouco tímida, cabelos pretos, óculos de grau e uma pequena tatuagem de borboleta no obro. Adora música, cinema e todo tipo de arte, que alias era a sua área de estudo. Comunicativa e sempre otimista, tinha um sorriso de encantar, e encantou Edu.

Já Edu é, se é que podemos dizer, o garoto dos sonhos da Luísa. Não que ela fosse uma garota sonhadora dessas que acreditam em príncipe encantado, nem que o Edu é um cavaleiro do cavalo branco, mas ele é o tipo de pessoa que a agradava e se encaixava perfeitamente com ela.

E o que é o Edu, estudioso, brincalhão, gostava de festa o suficiente para não ficar sempre em casa, mas não o bastante para não saber curtir um bom filme em casa, gosta de ler, tinha um bom papo, vaidoso (mas não em excesso). E tocava em uma banda, contrabaixo, nada de estrelismo.

A caneta, a caneta era uma caneta simples, azul, bic, ponta fina. Uma caneta qualquer, daquelas que podem ser encontradas em qualquer mercado, e comprada por alguns centavos. Mas duas coisas a tornavam importante na história. A primeira era que ela era de Luísa, que ela a usava para escrever seus poemas e músicas, o que era uma de suas paixões. A caneta também não era a favorita de Luísa, que alias, nem tinha uma caneta assim, mas era uma caneta útil, e bem que poderia ser usada para escrever as músicas que Edu tocava em sua banda, mais isso não aconteceu, devido ao segundo motivo que torna a caneta importante. E esse motivo é: “a caneta não caiu”.

E não caiu naquela tarde de sábado, quando a Luísa saia da biblioteca, enquanto se  encaminhava para o ponto. Na oposta direção de onde vinha o Edu, que ouvia música distraído e  rumava para a faculdade.

Esse seria o momento em que os dois se veriam pela primeira vez, ele abaixaria para pegar a caneta dela, os dois conversariam brevemente sobre banalidades, ali mesmo em pé. Ele a ajudaria com a pilha de livro, trocariam telefone e semanas depois seria um casal.

Então, por aquela caneta da Luísa, que não era a favorita dela mas poderia ser, não ter caído naquela tarde a vida dos dois nunca mais se tocaram.

Em sumo, o que seria, se é que podemos dizer, um casal formado por pessoas que foram feitas uma para a outra, nunca aconteceu.

sábado, 6 de abril de 2013

Depois de Ver... O que Preferia.


Preferia que fosse uma laje,
Que saberia que é a falta de apreço;

Preferia que fosse um papel negro
Que saberia que são as tantas mãos que esse papel quer;

Preferia que fosse you,
Que saberia que foi toda a discordância de objetivos;

Preferia que fosse o punk,
Que saberia que a loucura era outra;

Preferia que fosse a guriazinha,
Que saberia que cheguei tarde;

Preferia que fossem os olhos,
Que Saberia que foi por não saber dividir;

Preferia que fosse a pequena,
Que saberia que seu ninho era outro;

Preferia que fosse o breve rosa,
E saberia que faltou o beijo;

Preferia que fosse a filosofa,
E saberia que eram acrobacias demais;

Preferia que fosse a breve ruiva,
E saberia que foram seus lábios imprecisos.

Preferia que fosse até a matuta, ou a colega, ou a da infância, ou a do cacheada, ou a primeira.

Preferia que fosse qualquer uma ou todas. Que assim saberia o porquê.

Mas não que fosse você, Anjo.
E saber que fui eu.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Depois de Ver... Yin & Yang.


Precisamos dessa tristeza, a desilusão é necessária para desenvolve; Ela é primordial na criação, é o tédio que te empurra para frente.

O que seria do mundo sem dores dos grandes poetas?
O que seria do som sem o silêncio?
O que seria do bem sem o mal?
O que seria do preto sem o branco?
O que seria da companhia sem a falta?

Tudo, todo sentimento, todo tanto, é uma torpe melodia minimamente orquestrada, que se faz imprescindível.

O que seria de mim sem ti?

Depois de Ver... Sujeira.


Me banhei na sânie do mundo;
Enlameei meu corpo com as sujeiras mais torpes;
Chafurdei no lodo de corpo inteiro.

Mas agora chega a hora de me limpar;
Chegou a hora de me lavar de sensatez;
E purificar meu corpo com sabedoria.