Essa é a história de
Luísa, Edu e a caneta.
Era uma tarde de sábado e Luísa saia da biblioteca carregada
de livros, e se direcionava para o ponto de ônibus... Mas antes de contar o
ocorrido nesta tarde de sábado, deixa eu falar um pouco sobre os personagens
dessa história.
Luísa é, se é que podemos dizer, o tipo de garota do Edu.
Inteligente, simpática, um pouco tímida, cabelos pretos, óculos de grau e uma
pequena tatuagem de borboleta no obro. Adora música, cinema e todo tipo de
arte, que alias era a sua área de estudo. Comunicativa e sempre otimista, tinha
um sorriso de encantar, e encantou Edu.
Já Edu é, se é que podemos dizer, o garoto dos sonhos da
Luísa. Não que ela fosse uma garota sonhadora dessas que acreditam em príncipe encantado,
nem que o Edu é um cavaleiro do cavalo branco, mas ele é o tipo de pessoa que a
agradava e se encaixava perfeitamente com ela.
E o que é o Edu, estudioso, brincalhão, gostava de festa o
suficiente para não ficar sempre em casa, mas não o bastante para não saber
curtir um bom filme em casa, gosta de ler, tinha um bom papo, vaidoso (mas não
em excesso). E tocava em uma banda, contrabaixo, nada de estrelismo.
A caneta, a caneta era uma caneta simples, azul, bic, ponta
fina. Uma caneta qualquer, daquelas que podem ser encontradas em qualquer
mercado, e comprada por alguns centavos. Mas duas coisas a tornavam importante
na história. A primeira era que ela era de Luísa, que ela a usava para escrever
seus poemas e músicas, o que era uma de suas paixões. A caneta também não era a
favorita de Luísa, que alias, nem tinha uma caneta assim, mas era uma caneta
útil, e bem que poderia ser usada para escrever as músicas que Edu tocava em
sua banda, mais isso não aconteceu, devido ao segundo motivo que torna a caneta
importante. E esse motivo é: “a caneta não caiu”.
E não caiu naquela tarde de sábado, quando a Luísa saia da
biblioteca, enquanto se encaminhava para
o ponto. Na oposta direção de onde vinha o Edu, que ouvia música distraído e rumava para a faculdade.
Esse seria o momento
em que os dois se veriam pela primeira vez, ele abaixaria para pegar a caneta
dela, os dois conversariam brevemente sobre banalidades, ali mesmo em pé. Ele a
ajudaria com a pilha de livro, trocariam telefone e semanas depois seria um
casal.
Então, por aquela caneta
da Luísa, que não era a favorita dela mas poderia ser, não ter caído naquela
tarde a vida dos dois nunca mais se tocaram.
Em sumo, o que seria, se é que podemos dizer, um casal
formado por pessoas que foram feitas uma para a outra, nunca aconteceu.