quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Depois de Ver... Parem as prensas!!! Parem as prensas!!! A Fabiola foi fazer as unhas!!! 


Já pararam para pensar que, o que a priori pode ser considerado como merecido e até justo. É apenas justiça com as próprias mãos?

O vexame moral e pessoal pelo qual a Fabiola passou e passa é uma punição, talvez, muito mais severa do que as que recebe muitos assassinos.

O gosto de justiça com o qual jugamos casos como este. Dizendo que é merecido, pelo que ela fez. Muito se assemelha a prender um menor por furto a um poste (com um cadeado de bicicleta) e lincha-lo.

É um gosto sádico pela punição alheia sem precedentes. É uma tamanha falta de aceitação ou mesmo compreensão das falhas do outro.

 

O sensacionalismo barato já não fere tanto quanto o julgamento moral que ocorre nas ruas, nas redes. A cada momento. A cada post, a cada passo, a cada vídeo, a cada assovio.

O argumento é que sem isso, muita coisa sairá impune. E sai mesmo. A questão é que costuma-se fazer tudo pelo viés errado. Deve-se buscar a fundamentação das leis, buscar se informar e “deselitizar” o meio jurídico. Mas nunca praticar justiça com as próprias mãos, de acordo com o seu bel prazer ou do pequeno ou grande grupo que concorda com você.

Pensar ou fazer o que todos pensam não implica necessariamente em ser justo. Fazer o que todos fazem muito menos.

Julgar alguém a partir dos próprios princípios morais está longe da justiça. É usar, mesmo sem querer, dois pesos e duas medidas. Alguém já imaginou ter a própria mãe no lugar da Fabiola? Trataria ela ainda com o mesmo escarnio?

 

As pessoas não entenderam a parte do não julgue para não ser julgado. Então... Vamos tentar pensar no outro como se fosse a nossa própria mãe.

Depois de Ver... Que concordo com o Grinch

A simples proximidade do natal já me põe em irritado.

 

É o processo consumista no qual sou inserido contra a minha vontade. E não é de agora, é desde a infância. E não sou eu. É um processo generalizado.

Pra mostrar o meu apreço pelas pessoas tenho que as presentear, mesmo que seja com coisas que elas não querem. É assim mesmo? Preciso receber presentes para se sentir querido? E preciso receber presentes justo nesta data?

 

É o velho gordo entrando na chaminé, que vim ver uma casa com chaminé pela primeira vez aos 23 anos de idade, quando vim para o sul. Vestindo uma roupa de um frio que só vim conhecer também nesta idade, mas que não faz o menor sentido usa-la esta época do ano. E ele vem transportado em um trenó, que só acho maneiro mesmo por que via na sessão da tarde, no filme “Jamaica Abaixo de Zero”. Mas o do velho nem é tão legal assim, por que vem arrastado por renas, que nunca vi na vida, nem nos meus 23 anos.

 

O que você acha? Tem algo errado nesta simbologia?

Como contra argumentos me dizem: “natal é para as crianças”, essas coisas são simbólicas e não tem que fazer sentido. E eu respondo. É pra criança, Ok. Será? Eu que tenho uma única criança no meu convívio social, que nem é tão próxima assim. Mas natal pesa no meu bolso como se não houvesse amanhã. A dependência de demostrar afeto através dos presentes, é a consolidação do comportamento consumista. E n]ao critico o ato de gastar. A questão é a obrigação pelo consumo que esta época nos obriga a ter.

São quilos e quilos de presente. Toneladas e comidas gordurosas e infladas de hormônios. Milhares de toneladas de hipocrisia e falso moralismo. Corais, música de elevador e luzes sendo ligadas como o planeta não tivesse sobre a ameaça constante de um colapso energético.

 

Eu compreendo o Grinch.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Depois de Ver... Lama, Fogo e Bala.


O início de novembro foi marcado por elementos naturais, água, fogo, terra, vento...

A Lama (água e terra) consumiram minas, o fogo, levado pelo vento, sangra a Chapada Diamantina, o fogo arde os parisienses.

É quase um Capitão Planeta sem coração.

Uma quimera da natureza controlada pelos homens. Sem o toque de coração, de bondade, que tantos acham inútil.

É um desenho de terror. São tantos milhares usando seus anéis para destruir, lucrar, matar.

Seria cômico se não fosse trágico. Mas esses são apenas a ponta do iceberg. É apenas o pouco que conseguimos ver.

É apenas o pouco que essa nossa insensibilidade a destruição, nos permite enxergar.

Neste emaranhado de destruição e medo que permeia o mundo.

Na guerra contra o tráfico, centenas morrem diariamente no Brasil e no mundo.

O Oriente médio não é um barril de pólvora como muitos gostam de falar. É um barril de pequenos explosivos, que estouram diária e continuamente, em nome de Deus.

A seca e a fome matam mais uns tantos. Mais alguns milhares pela violência indiscriminada. Algumas centenas nos hospitais sucateados.

 

 

Mas nem tudo está perdido. Há também manifestações do bem por toda parte.O Ma-Ti, dono do anel do coração, não morreu. Anda por ai, juntando pedaços.

E quem sabe um dia, colocamos um coração neste Homem de Lata.

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Depois de Ver... "Je suis tout le monde"

Pra sofrer por Paris não preciso deixar de sofrer pelo:

Nordestino na seca. Pelo mineiro na lama. O Paulistano nas enchentes.
O baiano no fogo. O Carioca na bala. Pelo gay na cruz. O umbandista na pedra. A mulher na quimioterapia. O homem no oncologista.
O judeu nos campos. O comunista no DOP S. Pela mulher no tanque. O pobre na favela. O velho na fila.
Pelo negro na senzala. O índio na terra. Pelo sem terra sem terra. O menino na rua. Pela mãe do menino. Pela rua.
Pela árvore derrubada. O panda a ser instinto. O planeta a chorar. A gorda no bulling. O muleque na ponta do fuzil...
E a lista não para.

Posso sentir por tudo e por todos.
Meu ser é total e particionado, único e ao mesmo tempo tão igual.

Eu sou todo mundo!

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Depois de Ver... O Bom, o Mau e o Culto.

Depois de Ver... O bom, o mal e o culto.

“...Culto... É aquele que:
1.º Tem consciência da sua posição no cosmos e, em particular, na sociedade a que pertence;
2.º Tem consciência da sua personalidade e da dignidade que é inerente à existência como ser humano;
3.º Faz do aperfeiçoamento do seu ser interior a preocupação máxima e fim último da vida.
Ser-se culto não implica ser-se sábio; há sábios que não são homens cultos e homens cultos que não são sábios; mas o que o ser culto implica, é um certo grau de saber, aquele que precisamente que fornece uma base mínima para a satisfação das três condições enunciadas.“ (Bento de Jesus Caraça)

Na minha opinião fecal, ser “bom” é ser menos “eu” e ser mais “nós”.
Ler muitos livros implica na tendência maior a se colocar no lugar do outro. De ser mais empático. Isso sim te torna melhor.
E digo “tendência” ou “maior probabilidade. Por que muitos e muitos intelectuais apoiam ambos os lados dos debates. E por visões diferentes. Que não os fazem melhor ou pior. Apenas por que olham cada um de um viés.
A questão é debater, é pensar. Defender pontos e tentar achar uma melhor alternativa. Repare bem que falei “melhor alternativa” e não “a alternativa correta”.
Debater, para trazer a luz a alternativa que é melhor para o maior número de pessoas. Para o grupo. É pensar no todo, é transcender a própria existência.

Ser culto não te torna automaticamente “bom”, mas ajudam bastante.
Se me considerar “bom” é um erro (“bom” segundo os meus preceitos), qualquer um que achar que tem toda verdade e que é superior que o outro comente um erro ainda maior.
Me considero “bom”, não por que sei mais que os outros, mas por que me importo mais com os outros.
E pondero que ler livros, opiniões e posições distintas me ajudam a olhar ainda mais além do meu umbigo.

Mas não considero esta, a única forma de desenvolver empatia. O ser humano é plural e infinito. Bem como a sua capacidade.
E isso que nos torna tão especiais. Cada um se desenvolve como bem entender.

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Depois de Ver... O Mérito e o Monstro

A meritocracia é estabelecida hoje como uma forma prática e eficiente de gestão social.

Mas o capitalismo posto em prática hoje é meritocrático? E se sim, funciona de maneira justa e igualitária?
Para funcionar ele parte do princípio de igualdade. E que todos tem as mesmas condições. Algo hoje, totalmente impraticável no mundo.
E, sendo que no processo meritocrático apenas são considerados merecedores são os indivíduos produtivos, e , por produtivo, devemos ler, quem dá lucro (dinheiro), onde há espaço para a cultura na meritocracia? Se nessa equação, a cultura, a arte, não gera lucro direto. O lucro da cultura é histórico e subjetivo.

Onde há espaço para a herança? Os filhos de ricos merecem ter renda pelos esforços dos pais. Ou não.
E a herança de pobreza? Esta herança que impede o crescimento de milhares, através da falta de oportunidade.


A meritocracia parte do princípio de que todos tem a mesma oportunidade e as mesmas condições. O que não ocorre devido a diversos fatores: heranças culturais, ideológicas, financeiras, de status. E a lista não para por ai. Estes são fatores que existem em nosso formato de mundo, no modelo capitalista atual de existir. E como são colocados na equação? Simples, não são colocados. São simplesmente ignorados e empurrado goela abaixo e esquecidos frente a ideia de meritocracia. Ideia esta que é tão falsa quanto uma moeda de 15 reais.

E as diferenças salariais? É mais merecedor quem dirige um ônibus do que quem varre uma rua? É mais merecedor quem trabalha como caixa em um banco, do que quem trabalha em um caixa no comercio? Quem deve mensurar esse merecimento? Baseado em que se mede o maior mérito?

Ao tentar qualquer tipo de classificação ou hierarquização da profissão, tomamos como base princípios elitistas de que certas profissões são mais importantes ou essenciais. E o são?

A meritocracia, talvez a maior falácia do nosso século, serve apenas como manutenção do sistema capitalista a muito falido.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Depois de Ver... A Hipocrisia Nossa de Cada Dia.

Esculacham o bolsa família, por que é “dar dinheiro a vagabundo”, é “sustentar gente preguiçosa”. E acham justo quando recebem milhares de reais em subsidio para comprar a casa própria?
Qual a diferença mesmo?
Ahhh, a diferença é que eles são pobres.

As necessidades são outras. Pessoas  da classe média, tem necessidades de casa própria. Necessitam de teto para morar. Pessoas pobres necessitam comer. Os programas sociais tem por esse objetivo. Sanar as necessidades básicas da população.

De acordo com a teoria das pirâmides da necessidades de Maslow, As necessidades humanas mais básicas são as fisiológicas, comer dormir, comer. E são elas que o governo visa solver com seus programas sociais.
Assim que esta necessidade é satisfeita, a necessidade de segurança vem à tona.
De ter um lar sobre a cabeça, de não ter a vida em risco por falta de saneamento básico ou pela violência urbana ou do lar.
São passos a serem dados em direção ao topo da pirâmide, na qual se encontram tão poucos.
O vale cultura, que visa democratizar os espaços culturais. Promover interação social na população.
Mas visto de cima, do topo da pirâmide, do alto dos arranha céus, isto é uma afronta.
“Pobre com acesso ao shopping que eu vou, já é um horror, imagina entrando na minha livraria favorita por que o governo deu vale miséria para eles”
“Pobre morando no mesmo prédio que a minha filha? Esse governo miserável dando essas esmolas para pobre está no meio de gente.”
Aos olhos do topo, pode deve-se manter pobre. Uns poucos heróis que se esforçam com forças sobre-humanas para se destacar.
“Estes sim, merecem chegar um pouco mais perto. Se não conseguiu é da natureza dele, é falta de mérito dele.”

Já dizia o Science: “é que o de cima sobe e o de baixo desce.”

Depois de Ver... Quereres.

Queria eu ser metade do que sou aos olhos dos outros.
Ser inteligente, forte e simpático. Ser engraçado, estúpido e forte. Corajoso ao extremo.

Queria eu, não chorar a noite por medo, não sofrer a falta. E saber resolver todos os problemas meus e do mundo.
Queria ir em busca dos sonhos.

Ao olhar alheio, sou mais cruel, mais capacitado, mais desalmado e até com mais conhecimento que muitos violões dos quadrinhos.
À outros olhares: tão forte, benevolente, galante e poderoso, como os mocinhos de filmes de TV.
Como queria ser este ser, vezes tão benevolente, vezes tão cheio de si, tão confiante e firme.

Queria eu, ser um extremo qualquer em um mundo de meios termos.
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sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Depois de Ver... Mudanças de Pensamento.

Sim, o histórico do socialismo condenava os gays, colocavam em pelotão de fuzilamento os homossexuais assumidos. Mas sabe o que? O mundo evolui, as realidades evoluem. Ao contrário de algumas organizações e seguimentos da sociedade, como a igreja católica ou as alas conservadoras do Brasil e do mundo, que ainda hoje condenam os homoafetivos e afins. Estes pensamentos tentaram e tentam evoluir. Tentam se adequar aos novos conhecimentos, tentam melhorar. Tentam pensar no social, no comum, em todos. E agora eu pergunto, e os retrógrados pensamentos conservadores, religiosos...?

Até quando Roosevelt tornou-se presidente dos EUA, pouco antes da segunda grande guerra, o partido Democrata dos EUA apoiavam a escravidão. Hoje é um dos apoiadores da igualdade racial e o principal partido a apoiar as minorias. O mundo muda. Pessoas mudam, a tecnologia muda, a forma da terra “mudou” (de plana para redonda). E ainda assim certos setores da sociedade não conseguem mudar o pensamento. Não conseguem suplantar ou melhorar um pensamento de mais de 2 mil anos. Baseado na intolerância e na discriminação.

A pouco mais de 120 anos a escravidão foi tirada do papel, e ainda temos negros morrendo diariamente vítima do preconceito, sendo humilhados, segregados, marginalizados tudo por uma crença tão antiga.
Dirão “há, mas o mundo mudou muito”. Mudou, mas ainda está longe de um ideal. As piadas continuam, as comparações continuam, as humilhações continuam.
Aqueles que sabem o que é isso aguentam calados, colocam um sorriso falso no rosto e fingem gostar, fingem aceitar. “Só podia ser preto”, “só tinha tigrada”, “Faz bem feito, não vai fazer essas negrisses”, “Mas não, tu está exagerando, não somos preconceituosos”, “é um viadinho mesmo”, “coisa de gordo”.

O preconceito está ai, a volta, muitas vezes dentro de casa, do trabalho, do táxi, da academia, e a lista não para.As vezes violento, basta ver as estatísticas e comparar o número de mortos negros e gays, é assustadoramente mais alta que a proporção da sociedade.As vezes mais branda, basta ver quantos casos de discriminação são realizado no Brasil diariamente, e olhe que a grande maioria costuma nem ser documentado.As vezes é dissimulado, é a piada, a brincadeira, que pode acontecer em casa, no trabalho, na rua. Muitas vezes é invisível, quando alguém não é escolhido para um vaga por sua cor, e se quer chega a saber que foi por isso.

Se os números não mentem, eles fazem chorar. E o pior, se é que pode ficar, é que ainda tentam justificar seus atos. Escondendo-se atrás de frases feitas, de religiões com bases de séculos atrás, ou simplesmente no “é brincadeira” ou do “todo mundo faz mesmo”, ou ainda “tudo mundo pensa, só não tem coragem de falar”.

Esse preconceito tem voz, tá nas ruas, nas rádios e meios de comunicação, tá nas escolinhas e nas universidades. São muitas vezes os que deveriam nos proteger.
Está por ai. Como uma entidade, penetrado na sociedade de forma enraizada. Em alguns casos é até cultuado e ovacionado.
O mundo está mudando, a internet nos deu voz, nos uniu e nada mais vai nos calar.
Sonho com o dia em que o sonho de King se tornará real. E meus filhos e descendentes “viverão um dia numa nação onde eles não serão julgados pela cor de sua pele, mas pelo conteúdo de seu caráter.” E ainda acrescento, e que também não sejam julgados por suas identidades, preferencias ou escolhas sexuais.

Depois de Ver... A Ditadura.

Eu não consigo entender uma ditadura como algo bom em nenhuma instância. Nem como um "mal necessário" como muitos colocam.
Considero a liberdade algo, como um... Um bem essencial.
Mesmo concordando que aparentemente para alguns grupos a ditadura seria o mais adequado, nunca apoiaria algo do tipo.
Defendo a liberdade de expressão e de atos como unhas e dentes, toda ela, pelo bem da sociedade.
Entre ter a minha liberdade tolhida pelos bandidos na rua e ter o direito de reclamar, fugir, tentar alternativas e etc
Ou ter “segurança” e “comida” e não ter o direito de mudar minha situação, de reclamar, fugir, ou tentar algo novo.

Desculpa, mas fico com a segunda opção.

E como gosto de lembrar daquela frase maravilhosa do intelectual moderno chamado Facebook - salvo a adaptação livre:

“Como colunista de um jornal de concessão do governo republica, postar uma coluna pedindo ditadura é moleza.
Quero ver pedir república em um governo ditatorial”

Se defender de um outro que foi penalizado, sem estudo ou educação, ou por que é um mal caráter mesmo, é muito mais fácil do que se defender de uma instituição soberana como é o governo.
Soberana em ambos os governos. Ao menos no caso da república, tenho esta instituição superior trabalhando ao meu favor. Mesmo que muitas vezes a ineficácia se sobreponha.
Enquanto na ditadura ela trabalha pela simples existência. Ela trabalha pela manutenção do próprio poder. Pela manutenção do controle.
Não se passa fome não por que a ditadura acredita que comer é um direito seu, mas por acreditar que barriga cheia não reclama.
Se tem menos violência civil nas ruas (friso o CIVIL, por que a violência contra oposição costuma ser constante e exacerbada), não por que o governo acredita que segurança é um direito do cidadão, mas por que toda liberdade lhe foi tirada. De sair rua a noite, de se reunir com os amigos, seja você cidadão de bem ou um marginal.

Opressão por opressão, fico com a opressão capitalista republicana.

terça-feira, 21 de julho de 2015

Depois de Ver... O Gosto Amargo de 2015

Não se engane, o país não está bem e não aponta indícios imediatos de melhora.

Mas há um sensacionalismo velado nas notícias que pairam pela rede afora. Para os que acompanham diariamente as notícias de economia e política. Vai perceber uma triste verdade, as vendas despencaram em relação ao ano passado. A inflação alcançou índices históricos do últimos 12 anos. Mas ainda assim, há esperança. Longe dos 2 mil % de inflação que permearam os anos de 89 e 93. Mas também longe da média de 6% do primeiro mandato da presidente Dilma.

Mas comparar o consumo do ano de 2015 ao consumo de 2014 é o mais adequado? Com certeza é uma das formas utilizadas e tem a sua aplicabilidade. Mas comparar um ano de copa no país. Onde os televisores estavam sendo praticamente doados nas lojas, como no primeiro semestre de 2014, com a realidade de recessão que vive-se hoje, é chutar cachorro caído.

Os créditos sendo fechados, o governo aumentando as taxas de juros para frear a inflação, tomando medidas para não deixar o índice de desemprego subir e a mídia escarnando meias verdades e comparações esdrúxulas.

Só para criticar as meias verdades e as comparações esdrúxulas que o governo atual fez e faz.

Isto é se sujar de lama para mostrar que lama é ruim.

O governo falha em manipular e maquiar informações para manter sua boa imagem. Em não assumir os erros e falhas, em assumir sua culpa e sua falha. E nada justifica isto, nem o sonho utópico de sucesso pleno do plano de governo.

Mas daí, para tratar como uma falha completa, a ponto de romper com nossa legitimidade democrática, para se ater a rixa partidária?

Essa é apenas a quinta eleição direta no Brasil, após a reconstrução da república, e um deles já foi cuspido fora por improbidade.

O povo está sem saber o que fazer com essa liberdade, desacostumado com a democracia. Está querendo resolver sua inabilidade de escolha através do rodízio.

Deve-se perceber que se não gosta de um tipo de carne, não há escolha, e se a escolher, nada de desperdício. Não dá para colocar a carne mastigada no canto do pratinho, pedir um novo pedaço suculento e fingir que nada aconteceu.

Deve-se aprender que o que foi escolhido tem que ir até o fim. E usar o gosto amargo como parâmetro para escolher melhor na próxima rodada.

terça-feira, 7 de julho de 2015

Depois de Ver... O Desemprego

O Euro está passando por uma crise sem precedentes. A possível saída da Grécia do bloco, desencadearia um efeito cascata que abalaria ainda mais a estrutura da Europa.
O bloco do Euro só mantem a funcionalidade se todo o grupo estiver em sintonia. Mesmo os que são prejudicados pelo processo, precisam se manter nele.
É a premissa básica do capitalismo, para se manter funcionando e eficaz, o capitalismo necessita de todas as cartas na mesa, do dois ao rei. É um castelo de cartas que requer todas elas para se sustentar.
No Brasil não podia ser diferentes, vivemos sobre um sistema democrático positivista, pautados no capitalismo. E este é altamente dependente da mão de obra, o capital humano tão necessário nas produções.

Hoje pela manhã ouvir o seguinte comentário:

“A medida para salvar os setores em crise adotada pelo governo, é apenas para o governo melhorar a sua popularidade. Segurando a queda do desemprego.”
(Saiba mais aqui: http://g1.globo.com/economia/noticia/2015/07/governo-edita-mp-com-programa-de-protecao-ao-emprego.html)
Fiquei tão perplexo com o comentário que nem cheguei a comentar.
Ao meu ver, o governo tomou esta medida por que era uma alternativa, ele não o fez para melhorar sua popularidade. Se isso acontecer é consequência. O seu objetivo é governar, pelo povo, pelo social. E está é uma medida que tem esse fim.

Não permitir que se alastre a crise, através do desemprego da população.
Chegamos ao absurdo de achar que tudo é jogo político. E qualquer ação do governo parece ser tomada apenas em beneficio ao próprio partido.

A economia é uma teia complexa de setores em constante movimento. É como andar de bicicleta, quanto mais devagar mais difícil é para se manter em pé. Porém, quanto mais rápido, maior é o risco de que algo aconteça e as consequências tornem-se drásticas. Pois se há uma pedra no caminho, um ciclista em alta velocidade, corre sérios riscos de ir parar no chão.

Funciona mais ou menos assim, se os tiozinhos que trabalham na fábrica de maçanetas e são demitido, eles não vão ter dinheiro e consequentemente vão comprar alguns pães a menos na padaria da esquina do bairro deles.
A padaria vai vender menos e, óbvio, ter menos lucro, e o senhor dono da padaria vai ter menos dinheiro e vai comprar menos roupas de frio nas lojas do centro.
A dona da loja no centro vai vender menos e consequentemente vai demitir uma funcionaria e/ou vai deixar de comprar o imóvel que ela queria comprar na planta.
O dono da construtora vai vender menos apartamentos e consequentemente comprar menos maçanetas na fábrica que falamos inicialmente.

Funciona tudo em um ciclo bem complexo e intrincado. Onde qualquer ação em um setor qualquer do mercado, o afeta indiretamente por um todo.
Governar é muito mais do que ser simpático. É ter que tomar medidas (nem sempre populares) para garantir a estabilidade do mercado e a hegemonia do pais.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Depois de Ver... Os Nomes da Intolerância

Estranho que as pessoas se indignem por alguém não conhecer Cristiano Araújo, antes da sua morte.

Não que ele seja um completo desconhecido ou sem talento. Pelo contrário, seu talento em arrastar multidões é inegável.

Estranho é que todos sejam obrigados a aceitar e concordar com isso.

 

Por ter uma cultura baseada na popularidade e na repetição e o sucesso no trabalho está tão ligado a exibição da vida pessoal das estrelas contemporâneas, os fãs e admiradores dos ídolos da atualidade acreditam que todos são obrigados a conhecer e apreciar seus ídolos e suas obras.

 

Não vi Zeca Camargo bravejar por alguém não conhecer Philip Seymour Hoffman (2014), Ariano Suassuna (2014), José Saramago (2010), Michael Clarke Duncan (2012)...

Não o vi obrigar ninguém sair das suas zonas de conforto e se derreter em solidariedade por estas personalidade e suas famílias, ou tantos outros talentos que morrem diariamente longe dos holofotes do sucesso.

 

Estamos sobre a luz de um bizarro culto ao narcisismo, no qual ser desconhecido nacionalmente é uma ofensa, no qual não ser aceito por todos é ser ruim.

 

O mundo passa agora por uma época de tanta intolerância, que nem mesmo damos ao outro o direito de ter opinião.

 

São centenas, talvez milhares de artistas que morrem diariamente no ostracismo. O que não significa que os falta talento ou fãs.

 

Seus ídolos, são seus ídolos, acostume-se com isso. São preferências suas e só suas. Algumas vezes isso pode ser compartilhado, mas não imposto.

 

Deve-se entender que por você gostar de algo, não torna isso magicamente bom. Torna isso bom para você.

 

O mundo deve aprender a ter respeito pelo diferente. Só assim vamos acabar com as manifestações de intolerância que nos rodeia: homofobias, racismos, cristofobias e tantos outros rótulos que damos a intolerância.

sábado, 20 de junho de 2015

Depois de Ver... Os Relacionamentos.

Nunca soube como me relacionar.
Acho que por não haver uma cartilha bem descrita, ou um manual ilustrado.

Sempre tive essa ideia utópica de filmes, de que namorados tem que ser parceiros, amigos, companheiros, partilhar das mesmas vontades. Nunca tinha refletido que para isso ser verdade, aquela máxima tão famosa “os opostos se atraem” não poderia se verdadeira. Não há como ser parceiro de alguém se seus sonhos e objetivos são opostos.

Ser amigo da pessoa com quem se relaciona não é uma constante. Não é algo imprescindível para o relacionamento. Hoje entendo. Por anos sempre achei estranho as pessoas se declararem (normalmente no dia dos namorados), dizendo que seus namorados também eram seus amigos. Se alguém é namorado do outro é óbvio que eles são amigos. Ledo engano. Existem por ai, relacionamentos, bons relacionamentos diga-se de passagem, que as pessoas não são parceiras nem amigas.

Eu, nessa ilusão vendida pelo mundo, sempre tentei ser amigo das minhas namoradas, tentar equalizar os gostos, os objetivos. Na verdade, com minha personalidade narcisista e egocêntrica, acabava tentando transformar elas em mim mesmo. Queria falar sobre as minhas séries favoritas, sobre os jogos que gosto de jogar, assistir filmes e discutir sobre eles, ler livros em comum e/ou mostrar a elas todos os livros e filmes bons ou maus que já passaram pela minha cabeceira.

Me dei conta, de que não se relacionar não é assim. Se relacionar tem mais haver com gostar simplesmente de está ao lado de alguém. De curtir o toque e o beijo. Namoros devem ser pautados apenas no prazer de está com a outra pessoa. Que namorar é apenas gostar de está juntos e não de fazer coisas juntos.


Tenho que lembrar de exercitar isso daqui pra frente. Deixar meu narcisismo de lado e parar de tentar mudar as pessoas e o mundo.

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Depois de Ver... O Poder do Dinheiro.

Fique rico ou morra tentando.

 

É a frase que está cimentada em nossos pensamentos. É uma das poucas coisas para a qual somos ensinados.

Mas, é essa insatisfação constante que move rumo ao progresso.

É um jogo onde só se pode jogar com todas as peças no tabuleiro. E para manter os peões no tabuleiro somos impelidos a manter essa persistente esperança.

 

Para os que conhecem um pouco de mitologia grega, sabe que Pandora, foi a primeira mulher do mundo. A qual Zeus presentou com um jarro contendo todos os males do mundo, para que ela o guardasse em segurança.

Para nossa infelicidade, ela abriu o jarro e liberou os males (mais uma mitologia patriarcal onde a mulher é responsável pelo mal que aflige a sociedade. Isto lembra algo a vocês?)

A questão é, que Pandora conseguir aprisionar apenas um deles, que era a “Esperança”. Nunca havia refletido sobre isso até pouco tempo atrás. Só recentemente passei a pensar como a esperança pode ser considerada como um mal para o mundo.

 

A única resposta que encontrei foi de que a esperança é a nossa jaula. É a esperança de tempos melhores, que nos mantem vivendo.

Sem ela seriamos verdadeiramente livres.

E é sobre esta mesma premissa que a sociedade capitalista é fundada. O trabalhador, sempre na esperança de alçar novos patamares, se mantem sobres os jugos do labor.

 

“Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser opressor.” Paulo Freire

 

Qual a minha surpresa quando leio nas páginas do livro ‘Pai Rico, Pai Pobre’ encontro o seguinte:

 

“Eu era um garoto de nove anos que teve que sentar e esperar até que ele resolvesse falar comigo. Frequentemente sentei em seu escritório esperando que ele "me atendesse". Ele me ignorava propositalmente. Queria que eu

reconhecesse seu poder e desejasse ter um dia esse mesmo poder.” (KIYOSAKI & LECHTER - ‘Pai Rico, Pai Pobre’)

 

O sonho do jovem garoto de não ter mais que esperar para uma reunião com o chefe, de tornar-se chefe e fazer com que os outros o esperem deliberadamente, com intuído de demonstrar poder. Essa é a demonstração mais física que pode haver da verdade por traz das palavras de Freire.

 

Então... Em uma sociedade na qual não se permite o fracasso e só nos é dada apenas duas alternativas.

Ou aceita sua condição e mantem-se nos trilhos até que a morte o leve ou torne-se o opressor.

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Depois de Ver... Os Ditos Líderes.

De nada adianta ter o gênio da lâmpada nas mãos, se não sabe o que pedir.

 

No processo de construção de conhecimento e de gestão, deve-se atentar ao auto aperfeiçoamento, principalmente os líderes.

Se há a ineficiência do líder de como direcionar sua equipe, ainda que tenha um punhado de destaques, será ainda uma equipe fraca.

Em alguns casos, a estrela dos componentes do grupo, chegam a suprir a falta de habilidade do líder. Mas tudo tem limite. E neste caso, pode causar a sobrecarga do grupo e a insatisfação dos mesmos.

Grandes potenciais, tendem a ter grandes resultados, e sob uma ingerência, pode gerar sucessos pífios e/ou fracassos para os mesmos.

Vide um exemplo prático de duas equipes de futebol.

No primeiro time, há uma seleção dos melhores jogadores da atualidade, porém não há um líder.

No segundo time, são jogadores menos qualificados, porém sobe uma excelente liderança, que identifica os potenciais e fraquezas de cada um na equipe, trabalha sobre isso, dado direcionamentos que facilitem a integração do grupo.

Agora a pergunta, qual dos dois times tem maior probabilidade de vencer?

É sim possível que o time seleção ainda pode ganhar esse embate. Mas há de se concordar que o resultado com certeza será melhor, se a equipe seleção, tiver um líder do mesmo calibre da outra equipe.

 

Não adianta uma super metralhadora para alguém que não sabe atirar.

De nada vale um carro com excelente motor, para alguém que mal sabe dirigir.

Não adianta dar uma equipe mega especializada amparar um mal líder.

 

Mas o que faz um bom líder? Quais são os atributos mágicos que criam esse ser super poderoso?

São inúmeras as biografias que dão a fórmula perfeita para se tornar esse ser.

Mas, o que serve para um, nem sempre serve para todos. E usar e abusar dessas formulas prontas, pode ser tão irresponsável quanto não usá-las.

Assim como ser tem opiniões diferentes e relacionamentos distintos, pessoa a pessoa, assim deve ser o estilo de liderança.

No geral, conhecer a si mesmo e a quem gere, é um excelente primeiro passo.

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Depois de Ver... Sonhos Engavetados.

Sabe aquele sonho que tinha? Aquele que você me assistiu construir, pedaço a pedaço, madrugada a madrugada?

Pois é, tirei do bolso. E pus na gaveta da cômoda. Junto com os livros empoeirados de psicologia,  os textos de teatro, os roteiros de filmes e poemas velhos.

Adiei para mais nunca, o caminhos desbravadores do mapa que fizera em outros tempos.

No bolso, punha as contas do mês, a prestação da casa, as mãos que não fazem mais artesanato. Que mal fazem mais músicas, que mal se mexem além de digitar linhas e linhas de códigos e formulas no teclado.

Assisto agora a tudo de cima do muro. Eles venceram. Os moldes me alcançaram. O sinal se fechou. A rotina me prendeu.

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Depois de Ver... O Esquecimento

Tenho de Lembrar de Esquecer

 

São tantos os dias do ano, são tantos compromissos e datas.

Quantos são os esquecimentos.

São faltas de memória a todo momento.

Esqueço tudo e todos.

Até me esqueço de esquecer.

 

Me confundo no tempo.

E desejo felicidades mil em palavras sussurradas,

E peço ao vento que leve e os anjos que guardem.

 

Só me resta, guardar no mural mais um parabéns não entregue.

Só este, eu não lembrei de esquecer.

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Depois de Ver... A Razão.

Confundir é super fácil.

 

As pessoas confundem:

 

Opinião pessoal com verdade;

Gosto pessoal com beleza;

Achismo com certeza.

 

Não há problema nenhum em não gostar de uma determinada cor. O problema começa quando você diz que o verde é feio. Como se fosse uma verdade absoluta que tem que ser compartilhada por todos. Quando o mais adequado, seria dizer que o verde é feio para você.

O que demostra claramente que é algo que VOCÊ não aprecia.

E isso tudo se complica, quando passamos a criar conceitos baseados em gostos pessoais. Como, por não gostar de verde, eu passo a entender que verde é ruim, ou mal.

 

Beleza é estritamente uma opinião pessoal.

 

Opinião é uma questão de opinião.

 

Assim como esse texto. Que você pode até concordar, mas não significa que é uma única verdade.

 

 

Pensa por si só. Mas não pensa que só você sabe pensar.

 

A razão não tem dono. E se tem um dono, ele ainda não se apresentou.

Depois de Ver... De Repente.

Não mais que de repente, uma folha caiu de uma árvore solitária e tranquila.

Em meio a um bosque, nunca antes tocado pelo homem.

A folha deslizou suave e levada pelo vento, caiu sobre as águas plácidas do lago mais próximo.

As ondas que se formaram na superfície do lago, mudaram toda a conjuntura do universo. A energia gerada daquela onda, daquele contato, se espalhou pelo infinito em cadeias e cadeias de reações.

As ondas, mudaram o curso de uma borboleta, centímetros suficientes para leva-la ao sapo. Que por tê-la comido, não comeu o gafanhoto.

O gafanhoto, comeu um broto, que no futuro ternar-se ia uma árvore.

E por essa árvore não está ali, o pássaro fez seu ninho em outra árvore e chamou atenção dos homens que passavam para o vale.

E os homens destruíram o vale, construindo um grande e belo resort. Para onde milhares viajavam ano a ano.

E uma destas pessoas, após voltar para seu trabalho, comentou o quanto era belo o resort e alguém ouviu.

Uma ideia surgiu na sua mente inquieta. E ele se quietou.

E nunca mais ousou pensar novamente, na sua existência ou na existência do universo. Assim... Sobreviveu.

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Depois de Ver... As Semanas.

Nunca vivi pelos fins de semana.

A semana para mim sempre teve dias definidos, e nutro por cada um deles, um sentimento distinto.

 

As segundas por exemplo, me lembram começos. É como todo o dia de segunda, fosse uma manhã extremamente longa. Segunda, me lembra aquele frio característico de acordar cedo.

 

Já as terças, ahhh as terças. Essas me lembram risadas. Se fosse eleger, as terças seriam meus dias favoritos. Acho que se deve a herança do Casseta e Planeta. Desde a minha infância, a TV a noite foi feita para os adultos. Porém, eu com minha liberdade dentro de casa, esticava as horas de dormir em muitas horas. Desde que me entendo por gente. E assim, com um dos poucos programas da TV, onde a comédia, o sarcasmo e fantasias mil, o Casseta e Planeta Urgente, cativou a mim, bem como milhares de crianças e jovens pelo mundo. E as noites de terça eram dele. Era o momento em que a TV era minha. E assim, provavelmente enraizou em minha memória o quão bom eram as noites de terça. E o quão bom eram as terças.

 

As quartas, talvez também por influência da Tv sempre foram chatas. As quartas era dia de jogo. Quarta era dia de buscar o que fazer. É um sentimento de que a semana realmente está ali. De que o final de semana está longe de ambos os lados. Faz muito que ele se foi, e ainda levará bastante tempo para chegar. É o dia indeterminado, no qual o ócio predomina.

 

As quintas, são os dias das discussões, dos debates infindos, dos olhares ansiosos pelo final de semana que se anuncia. As quintas me lembram ansiedade. Me lembram arrumar as malas par viajar.

 

Sextas-feiras, são as tarde da semana. É a preguiça depois do almoço. É a vontade de não fazer nada. Tudo é desculpa para adiar para segunda. Sexta, é fim de expediente.

 

Sábados, são os dias mais curtos da semana. Só tem tarde e noite. As manhãs são inexistentes. É o dia pela metade. É um dia meio livre, é o dia rápido e incerto. Sempre pode haver um compromisso, ou não.

 

O Domingo, a entidade domingo me lembra sofá. E por isso não gosto dele. É o dia da ressaca. O dia do mal está. É quando ninguém quer fazer nada. E eu borbulhando de energia e tempo. É o dia de ser contrariado.

 

Assim, em um ciclo continuo. Passo as semanas, amando e odiando cada dia, mudando, hora-a-hora.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Depois de Ver... Que louco, sou eu.

Que louco seria eu

Se o alto da minha maldade

Eu fizesse o bem pra todos

Com gestos de igualdade?

 

Que louco seria eu

Se gritasse poesia

Por todas filas e bancos

8 horas por dia

 

Que louco seria eu

Se com toda brutalidade

Entregasse uma flor viva

Para todo ser da cidade

 

Que louco seria eu

Se dançasse sem parar

Sem ritmo ou sem música

Pelo prazer de dançar

 

Que louco seria eu

Se pintasse o tetos do lar

Todo de azul e branco

Para quando dormir eu voar

 

Que louco seria eu

Se falasse só a verdade

E pra todas as perguntas

Respondessem sem má vontade

 

Que louco seria eu

Se bebesse agua do poço

E saísse sapateado

Bem como quando era moço

 

Que louco seria eu

Se em todos acreditasse

E visse somente o bem

Em tudo que me falassem

 

Que louco seria eu???

Depois de Ver... Soneto do Eterno Dançar. (ou “O bailar do deuses sobre a cabeça dos incautos”)  

De tantos  meandros e traquejos,

Padecem as crenças e a bondade.

Os de paz clamam em desejos

Por conforto em sua vontade

 

A terra que por todos olha,

Padece na mão do nobre

E sofre qual cega, e molha...

O rosto com pesar do pobre.

 

E esperando, da sorte a  vinda

Os vilões dançam  sua valsa

Sobre os palácios da avenida

Tratando o povo tal caça

E enquanto a festa não finda

Só pendem mais outra taça

quinta-feira, 30 de abril de 2015

Depois de Ver... O Medo.

Só por que eu te dei “oi”, não significa que quero te comer.

Simpatia! Característica que certas pessoas, com certeza, esqueceram lá dentro das redes sociais.

Esquecem na frente fria de um computador. Na tela lisa de um celular. Deixaram no encosto da cadeira da última ceia de natal.

Hoje, quando a empatia se tornou artigo de lixo. Onde tratar o outro bem e tentar conhecer sua origem passou a ser sinônimo de interesse sexual.

Repensem a sua visão de mundo e seu relacionamento interpessoal. As pessoas podem ser boas só por serem.

 

Há prazeres escondidos nas palavras do outro, que só quem tem paciência para ouvir tem direito a essa dádiva.

Há conhecimentos infinitos, ocultos nas nuances de cada frase, dita por cada ser.

E “ler” pessoas, torna-se mais fácil quando se é educado.

Salvo nas vezes em que se fecham com medo da bondade alheia.

 

Seja bom e permita que sejam bons com você.

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Depois de Ver... A Loucura.

Imagina!!! 

Que louco seria

Se do nada

Em uma manhã

O mundo

transbordasse poesia.

 

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Depois de Ver... Tudo Que Sou.

 

Sou pedaços poéticos inacabados, a soma de tropeços;

Sou relva e razão;

Sou campo, sou selva;

 

Sou a sala de cinema vazio;

Sou discurso, sou paixão por incontáveis mitos;

O lençol sujo da noite mal dormida;

Sou mil e mil me são iguais;

 

Sou os velosos, bens e tais;

Vezes elas, vezes eles;

Sou peles e pelos.

Sou mar, sou montanhas em desalinho,

Pena, vento, ninho.

 

Sou o pensamento só,

Sou Luiz, sou Mario’s, Chico’s e Maria’s.

Cores e tons;

Sou todos e ninguém.

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Depois de Ver... Qualquer Lugar.

Jaime estava ali, parado na calçada. O seu olhar perdido, não combinava com todo o conhecimento que tinha sobre onde estava. Morava ali a anos, passara, praticamente todas a sua vida, naquela região. Conhecia cada rua com as falhas da sua barba. Mas ainda assim, seu olhar era perdido.

Estendeu as mãos em direção à rua e gritou como os clichês de filmes “holiudianos”: “Táxi”.

Um táxi, parou, ele entrou e sentou-se no banco de trás. O motorista olhou sério pelo retrovisor e esboçou um “boa tarde”. Os segundos de silêncio que seguiram o boa tarde foram suficientes para irritar o motorista, que olhava impaciente para o passageiro que insistia em não responder a pergunta não feita: “para onde?”. Carregado de tédio e cansaço na voz, o taxista verbalizou a pergunta e esperou pela resposta de Jaime.

Ele olhou para os lados, para as ruas que tanto conhecia e falou: “Qualquer lugar”.

O taxista ligou o taxímetro e pôs o carro em movimento e parou na outra quadra, a 10 metros de onde tinham vindo, desligou o taxímetro e olhou calmamente para Jaime dizendo: “Chegamos”.

quarta-feira, 25 de março de 2015

Depois de Ver... O Que o Povo Esquece

O povo se esqueceu o que é vivem em uma democracia.

A  burguesia passou a odiar a democracia no mesmo instante que ela deixou de servir a seus propósitos.

Quando a grande mídia passou a não mais conseguir dobrar a grande massa a sua vontade.

O povo ter acesso a informação, das mais infinitas fontes e quase sempre de caráter duvidoso. São os novos informados, desinformados.

A opinião da vizinha do lado é mais importante que a do jornalista da TV. Isso não é bom, mas também não é ruim. Ou melhor, é ruim sim. Ruim para a elite que sempre controlou a opinião popular, através da voz do ”Bonner” da vez.

 

Há um jogo de poder onde se manter no poder é mais importante do que os deveres do cargo. No qual, exercer o poder passou a ser, fazer ações  para se sustentar sua base e não mais governar para a polis.

 

O povo se esqueceu o que é um país desigual.

Ou melhor, o povo ignora que vive-se em um pais desigual.

Em renda, direitos, em oportunidades, em privilégios...

 

Façamos um exercício mental.

Que tal se a sua cidade fosse dividida? Isso mesmo, fosse traçado um grande muro e dividisse a cidade em duas novas cidades.

Um muro que separasse o centro e os bairros mais nobres, que consequentemente pagam mais impostos (IPTU, energia, água, etc...), dos bairros mais afastados e pobres.

Consequentemente, teríamos uma cidade muito mais rica (que chamaremos a partir de agora de cidade A), arrecadando muito mais impostos do que gastando, contribuindo muito para a união. Por outro lado, teríamos também uma cidade muito mais pobre (que chamaremos de cidade D), que necessita de mais benefícios e investimentos. E que acabaria por sugar as veias da federação, em busca de dinheiro.

 

Isso, só causaria duas coisas:

·         Revolta dos moradores da cidade A, por que pagam mais impostos e querem seus impostos beneficiando seu próprio município;

·         Maior desigualdade, pois a cidade A ficaria cada vez mais rica e a D cada vez mais pobre;

 

Mais você se pergunta: “E eu com isso?”

A resposta é simples, e vem com uma outra pergunta “de que lado você gostaria de estar?”

A falta de empatia humana, alcança níveis estratosféricos, esquecendo que justiça, nem sempre é todos ganharem a mesma fatia do pão. E que ser humano, é muito mais do que ser da espécie humana.

 

Trazendo isso para o Brasil, e fazendo uma análise fria dos últimos acontecidos, será dito que o Brasil mergulhou hoje em uma crise econômica e política. Uma crise de confiança. A máquina pública não suportou o plano assistencialista do governo atual.

Para não mexer nas finanças dos ricos e poderosos, o governo optou por pressionar a classe média, para retirar “sustento” dos subsídios dados aos pobres e miseráveis.

E não é de hoje, esse processo vem sendo implantado em um plano longo, lento e gradual, até mesmo por governos anteriores.

Por que é um modelo de mundo “social e desenvolvido” onde o mais favorecido, cuida do menos favorecido.

Até que o ajuste teve que ser feito a cortes de facão, caso contrário quebraria-se a balança.

Até que a classe média e o rico sentiu que não está ganhando o pedaço maior do bolo, que para eles é o mais justo, pois são os que mais contribuem.

 

Agora a pergunta: “este é o modelo ideal de gestão?”

Talvez de longe. Há falhas, que vão além dos governantes, a falhas de caráter e educacional que estamos longe de resolver.

 

E em uma análise fria: “a culpa é minha, é sua, é de todo o brasileiro”.

Do brasileiro que não lê, que bebe e dirige, que apresenta atestado falso, que mente no imposto de renda, que rouba, mata, mente, que não devolve o troco, que fala sem saber... Que olha só para o próprio umbigo... De quem não admite que erra, para quem não olha para outros.

 

A culpa está em todos, e é de todos. Mas podemos tirar se achar melhor.

 

Posso apagar o texto, se te faz ficar melhor com a tua consciência, e a gente esquece de quem é a culpa.

quarta-feira, 18 de março de 2015

Depois de Ver... A Demagogia Nossa de Cada Dia.

Quando terminei o ensino médio, como milhares e milhares de adolescentes pelo mundo, não sabia o que fazer no vestibular. Achava absurdo escolher o que “faria para o resto da vida”, com apenas 17 anos. Mas fui impelido, por minha mãe, professores, colegas, amigos e pelo mundo, a escolher algo.
A solução que encontrei foi saber o que não queria. Sabia que não queria ser médico ou advogado. Sabia que não queria nada das opções que a faculdade da minha cidade apresentava. E, quase que por sorteio, foi eleita a psicologia. Ai  vem o tempo, as dúvidas, as mudanças. E tudo mais.

Mas o fato é que não “escolhi”, propriamente dito. Fui abrindo portas de oportunidades e me apresentando a elas.
Agora, vejo o gigante acordar. O Brasil acordou e está insatisfeito, e com razão, mas não tem o foco, não tem metodologia, nem argumentos. Ele é o adolescente que não quer o que tem, mas não sabe o que quer. A criança que chora por que doí, mas não sabe onde. O perdido que, não sabe para onde vai.

Na geração dos memes, da frase pronta, quase sempre estão fora de contexto, dos 140 caracteres. Sobra tempo para fazer piadas das figuras públicas e falta para a leitura, falta embasamento, falta consciência humana e sobra de egoísmo.

Da era da escuridão ideológica que vivemos na última década, desembocamos em um junho de 2013, no qual milhares saíram as ruas em luta por um ideal. Ou melhor, em busca de milhares de ideais. Cada um com o seu.
E, de totalmente despolitizados, multiplicaram-se por ai desejos de mudanças. Ideais de mundo da cabeça de cada um.

A questão, é que nestes mundos não há espaço para a fome do outro, para a falta do outro, para os erros do outro. Somos uma geração sem empatia. Sem sensibilidades para nada além de cachorros e cantores com voz rasgante.


Somos a  geração do imediatismo. E nessa demagogia nossa de cada dia, cuspimos impropérios narcisistas aos quatro ventos, na espera de likes aprovação.

Depois de Ver... As Provocações

Gosto é do que me provoca;
Do que me inquieta, do que mexe comigo;
Me tira do eixo, da comodidade, do conformismo;
Aquelas músicas que fazem um reboliço por dentro;
Os debates que perturbam o pensamento;
As perguntas que desconcertam;
Os atos que me surpreendem;
É a insatisfação que nos move, é a agua na bunda.

Geneticamente somos feitos para ficar parados,resguardar energia para uma eventual crise.Eu? Gosto é das crises.Me fazem crescer, me jogam pra frente, pra cimaQue me ensinam a nadar. Travar batalhas infindas, interiores e exteriores.Pois é no combate que se desenvolve, é no movimento que se exercita, é na fricção que se excita. A “palavra de ordem é: “não acomodar com o que incomoda”.

quinta-feira, 12 de março de 2015

Depois de Ver... Que sou um Coxinha Comunista

Não saber em quem votar nesse segundo turno das últimas eleições, acentuou algo em mim que sabia que existia, mas sempre tentava camuflar.

Se o que você está pensando é que sou um indeciso, errou feio. Sou muito bem decidido, o que descobrir é eu sou um coxinha comunista.

Pensar no social, nas melhoras comuns, educação, saúde, segurança, transporte e N outros fatores.
Mas pensar nisso é pensar no social ou apenas no meu direito?
No direito de receber de volta os benefícios que pago, (e muito, diga-se de passagem), através dos impostos.

Sou um crente utópico do bem, sonho com um mundo onde todos podem ter os mesmos direitos, as mesma liberdades, o mesmo poder.
Onde todos podem ter o básico a sobrevivência. E todo o resto deve ser oriundo do mérito de cada um.

Essa escravidão moderna onde os grandes senhores, proprietários de grandes empresas e multinacionais, vivem em seus impérios de dinheiros, muitas vezes sem trabalhar um segundo sequer.
Dinheiro este, fruto do trabalho de milhares e milhares que ganham o mínimo para a sobrevivência.

Alguns acham injusto sustentar os menos favorecido, dirão: “pago imposto para sustentar vagabundo”, “se ganha bolsa família não quer trabalhar”, “ficam só tendo filho para ganhar bolsa”.

Não acho humano, como conceito, pensar apenas no meu bem está e ignorar as necessidades do próximo.
Não me importo em pagar uma parcela dos meus ganhos para ajudar a botar comida na panela de outro animal, quanto mais de um ser humano.

Eu gosto de comer filé, mas prefiro comer carne de pescoço e saber que estou ajudando a dar ao menos farinha seca para alguém que nem isso tinha, do que comer meu delicioso bife e fingir que ninguém mais existe.


O modelo de gestão atual, com certeza está longe de ser o melhor, o ideal.
Mas você há de convir comigo que funciona. Mantem a humanidade viva, e perpetua a espécie. Não estamos pagando luxo para ninguém (além dos políticos) estamos dando o básico para pessoas, e repito, PESSOAS, que muitas vezes não tem o mínimo para sobreviver. Ou que vivem em situações adversas.

Meu desejo de mudança é também comum a todo brasileiro, por insatisfação em alguns pontos. Mas devemos ponderar  e exigir as mudanças pelos motivos certos. Que é melhorar para todo mundo. E não exigir mudança por que uma elite minoria, está ganhando menos milhões.

Vivemos sim, uma crise econômica e política. Mas sobretudo vivemos em uma crise ética, moral, humana.
Uma crise, na qual a falta de empatia é o fator principal, tornamo-nos cada vez mais egoístas e egocêntricos.
A empatia, é uma habilidade aprendida por volta dos 3 anos de idade. Como pode-se haver tantos adultos que não conseguem se colocar no lugar dos outros?

Tá ruim pra ti? Podia estar infinitamente pior para outras milhões de pessoas.

Devemos mudar. Mas pelo motivo certo. Para sermos  mais humanos, justos e solidários.


Depois de Ver... Que Qualquer dia Alguém tem Que Fazer Algo.

Alguém tem que fazer alguma coisa.

Alguém que não seja eu, claro. Deve haver quem se responsabilize, que seja o pai do problema, e o cuide como deve.

Deve ter alguém em quem se possa colocar a culpa.


Não eu! E se me nomearem esse alguém, espero até amanhã.

O Tempo que resolva.