terça-feira, 21 de julho de 2015

Depois de Ver... O Gosto Amargo de 2015

Não se engane, o país não está bem e não aponta indícios imediatos de melhora.

Mas há um sensacionalismo velado nas notícias que pairam pela rede afora. Para os que acompanham diariamente as notícias de economia e política. Vai perceber uma triste verdade, as vendas despencaram em relação ao ano passado. A inflação alcançou índices históricos do últimos 12 anos. Mas ainda assim, há esperança. Longe dos 2 mil % de inflação que permearam os anos de 89 e 93. Mas também longe da média de 6% do primeiro mandato da presidente Dilma.

Mas comparar o consumo do ano de 2015 ao consumo de 2014 é o mais adequado? Com certeza é uma das formas utilizadas e tem a sua aplicabilidade. Mas comparar um ano de copa no país. Onde os televisores estavam sendo praticamente doados nas lojas, como no primeiro semestre de 2014, com a realidade de recessão que vive-se hoje, é chutar cachorro caído.

Os créditos sendo fechados, o governo aumentando as taxas de juros para frear a inflação, tomando medidas para não deixar o índice de desemprego subir e a mídia escarnando meias verdades e comparações esdrúxulas.

Só para criticar as meias verdades e as comparações esdrúxulas que o governo atual fez e faz.

Isto é se sujar de lama para mostrar que lama é ruim.

O governo falha em manipular e maquiar informações para manter sua boa imagem. Em não assumir os erros e falhas, em assumir sua culpa e sua falha. E nada justifica isto, nem o sonho utópico de sucesso pleno do plano de governo.

Mas daí, para tratar como uma falha completa, a ponto de romper com nossa legitimidade democrática, para se ater a rixa partidária?

Essa é apenas a quinta eleição direta no Brasil, após a reconstrução da república, e um deles já foi cuspido fora por improbidade.

O povo está sem saber o que fazer com essa liberdade, desacostumado com a democracia. Está querendo resolver sua inabilidade de escolha através do rodízio.

Deve-se perceber que se não gosta de um tipo de carne, não há escolha, e se a escolher, nada de desperdício. Não dá para colocar a carne mastigada no canto do pratinho, pedir um novo pedaço suculento e fingir que nada aconteceu.

Deve-se aprender que o que foi escolhido tem que ir até o fim. E usar o gosto amargo como parâmetro para escolher melhor na próxima rodada.

terça-feira, 7 de julho de 2015

Depois de Ver... O Desemprego

O Euro está passando por uma crise sem precedentes. A possível saída da Grécia do bloco, desencadearia um efeito cascata que abalaria ainda mais a estrutura da Europa.
O bloco do Euro só mantem a funcionalidade se todo o grupo estiver em sintonia. Mesmo os que são prejudicados pelo processo, precisam se manter nele.
É a premissa básica do capitalismo, para se manter funcionando e eficaz, o capitalismo necessita de todas as cartas na mesa, do dois ao rei. É um castelo de cartas que requer todas elas para se sustentar.
No Brasil não podia ser diferentes, vivemos sobre um sistema democrático positivista, pautados no capitalismo. E este é altamente dependente da mão de obra, o capital humano tão necessário nas produções.

Hoje pela manhã ouvir o seguinte comentário:

“A medida para salvar os setores em crise adotada pelo governo, é apenas para o governo melhorar a sua popularidade. Segurando a queda do desemprego.”
(Saiba mais aqui: http://g1.globo.com/economia/noticia/2015/07/governo-edita-mp-com-programa-de-protecao-ao-emprego.html)
Fiquei tão perplexo com o comentário que nem cheguei a comentar.
Ao meu ver, o governo tomou esta medida por que era uma alternativa, ele não o fez para melhorar sua popularidade. Se isso acontecer é consequência. O seu objetivo é governar, pelo povo, pelo social. E está é uma medida que tem esse fim.

Não permitir que se alastre a crise, através do desemprego da população.
Chegamos ao absurdo de achar que tudo é jogo político. E qualquer ação do governo parece ser tomada apenas em beneficio ao próprio partido.

A economia é uma teia complexa de setores em constante movimento. É como andar de bicicleta, quanto mais devagar mais difícil é para se manter em pé. Porém, quanto mais rápido, maior é o risco de que algo aconteça e as consequências tornem-se drásticas. Pois se há uma pedra no caminho, um ciclista em alta velocidade, corre sérios riscos de ir parar no chão.

Funciona mais ou menos assim, se os tiozinhos que trabalham na fábrica de maçanetas e são demitido, eles não vão ter dinheiro e consequentemente vão comprar alguns pães a menos na padaria da esquina do bairro deles.
A padaria vai vender menos e, óbvio, ter menos lucro, e o senhor dono da padaria vai ter menos dinheiro e vai comprar menos roupas de frio nas lojas do centro.
A dona da loja no centro vai vender menos e consequentemente vai demitir uma funcionaria e/ou vai deixar de comprar o imóvel que ela queria comprar na planta.
O dono da construtora vai vender menos apartamentos e consequentemente comprar menos maçanetas na fábrica que falamos inicialmente.

Funciona tudo em um ciclo bem complexo e intrincado. Onde qualquer ação em um setor qualquer do mercado, o afeta indiretamente por um todo.
Governar é muito mais do que ser simpático. É ter que tomar medidas (nem sempre populares) para garantir a estabilidade do mercado e a hegemonia do pais.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Depois de Ver... Os Nomes da Intolerância

Estranho que as pessoas se indignem por alguém não conhecer Cristiano Araújo, antes da sua morte.

Não que ele seja um completo desconhecido ou sem talento. Pelo contrário, seu talento em arrastar multidões é inegável.

Estranho é que todos sejam obrigados a aceitar e concordar com isso.

 

Por ter uma cultura baseada na popularidade e na repetição e o sucesso no trabalho está tão ligado a exibição da vida pessoal das estrelas contemporâneas, os fãs e admiradores dos ídolos da atualidade acreditam que todos são obrigados a conhecer e apreciar seus ídolos e suas obras.

 

Não vi Zeca Camargo bravejar por alguém não conhecer Philip Seymour Hoffman (2014), Ariano Suassuna (2014), José Saramago (2010), Michael Clarke Duncan (2012)...

Não o vi obrigar ninguém sair das suas zonas de conforto e se derreter em solidariedade por estas personalidade e suas famílias, ou tantos outros talentos que morrem diariamente longe dos holofotes do sucesso.

 

Estamos sobre a luz de um bizarro culto ao narcisismo, no qual ser desconhecido nacionalmente é uma ofensa, no qual não ser aceito por todos é ser ruim.

 

O mundo passa agora por uma época de tanta intolerância, que nem mesmo damos ao outro o direito de ter opinião.

 

São centenas, talvez milhares de artistas que morrem diariamente no ostracismo. O que não significa que os falta talento ou fãs.

 

Seus ídolos, são seus ídolos, acostume-se com isso. São preferências suas e só suas. Algumas vezes isso pode ser compartilhado, mas não imposto.

 

Deve-se entender que por você gostar de algo, não torna isso magicamente bom. Torna isso bom para você.

 

O mundo deve aprender a ter respeito pelo diferente. Só assim vamos acabar com as manifestações de intolerância que nos rodeia: homofobias, racismos, cristofobias e tantos outros rótulos que damos a intolerância.