quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Depois de Ver... O Mérito e o Monstro

A meritocracia é estabelecida hoje como uma forma prática e eficiente de gestão social.

Mas o capitalismo posto em prática hoje é meritocrático? E se sim, funciona de maneira justa e igualitária?
Para funcionar ele parte do princípio de igualdade. E que todos tem as mesmas condições. Algo hoje, totalmente impraticável no mundo.
E, sendo que no processo meritocrático apenas são considerados merecedores são os indivíduos produtivos, e , por produtivo, devemos ler, quem dá lucro (dinheiro), onde há espaço para a cultura na meritocracia? Se nessa equação, a cultura, a arte, não gera lucro direto. O lucro da cultura é histórico e subjetivo.

Onde há espaço para a herança? Os filhos de ricos merecem ter renda pelos esforços dos pais. Ou não.
E a herança de pobreza? Esta herança que impede o crescimento de milhares, através da falta de oportunidade.


A meritocracia parte do princípio de que todos tem a mesma oportunidade e as mesmas condições. O que não ocorre devido a diversos fatores: heranças culturais, ideológicas, financeiras, de status. E a lista não para por ai. Estes são fatores que existem em nosso formato de mundo, no modelo capitalista atual de existir. E como são colocados na equação? Simples, não são colocados. São simplesmente ignorados e empurrado goela abaixo e esquecidos frente a ideia de meritocracia. Ideia esta que é tão falsa quanto uma moeda de 15 reais.

E as diferenças salariais? É mais merecedor quem dirige um ônibus do que quem varre uma rua? É mais merecedor quem trabalha como caixa em um banco, do que quem trabalha em um caixa no comercio? Quem deve mensurar esse merecimento? Baseado em que se mede o maior mérito?

Ao tentar qualquer tipo de classificação ou hierarquização da profissão, tomamos como base princípios elitistas de que certas profissões são mais importantes ou essenciais. E o são?

A meritocracia, talvez a maior falácia do nosso século, serve apenas como manutenção do sistema capitalista a muito falido.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Depois de Ver... A Hipocrisia Nossa de Cada Dia.

Esculacham o bolsa família, por que é “dar dinheiro a vagabundo”, é “sustentar gente preguiçosa”. E acham justo quando recebem milhares de reais em subsidio para comprar a casa própria?
Qual a diferença mesmo?
Ahhh, a diferença é que eles são pobres.

As necessidades são outras. Pessoas  da classe média, tem necessidades de casa própria. Necessitam de teto para morar. Pessoas pobres necessitam comer. Os programas sociais tem por esse objetivo. Sanar as necessidades básicas da população.

De acordo com a teoria das pirâmides da necessidades de Maslow, As necessidades humanas mais básicas são as fisiológicas, comer dormir, comer. E são elas que o governo visa solver com seus programas sociais.
Assim que esta necessidade é satisfeita, a necessidade de segurança vem à tona.
De ter um lar sobre a cabeça, de não ter a vida em risco por falta de saneamento básico ou pela violência urbana ou do lar.
São passos a serem dados em direção ao topo da pirâmide, na qual se encontram tão poucos.
O vale cultura, que visa democratizar os espaços culturais. Promover interação social na população.
Mas visto de cima, do topo da pirâmide, do alto dos arranha céus, isto é uma afronta.
“Pobre com acesso ao shopping que eu vou, já é um horror, imagina entrando na minha livraria favorita por que o governo deu vale miséria para eles”
“Pobre morando no mesmo prédio que a minha filha? Esse governo miserável dando essas esmolas para pobre está no meio de gente.”
Aos olhos do topo, pode deve-se manter pobre. Uns poucos heróis que se esforçam com forças sobre-humanas para se destacar.
“Estes sim, merecem chegar um pouco mais perto. Se não conseguiu é da natureza dele, é falta de mérito dele.”

Já dizia o Science: “é que o de cima sobe e o de baixo desce.”

Depois de Ver... Quereres.

Queria eu ser metade do que sou aos olhos dos outros.
Ser inteligente, forte e simpático. Ser engraçado, estúpido e forte. Corajoso ao extremo.

Queria eu, não chorar a noite por medo, não sofrer a falta. E saber resolver todos os problemas meus e do mundo.
Queria ir em busca dos sonhos.

Ao olhar alheio, sou mais cruel, mais capacitado, mais desalmado e até com mais conhecimento que muitos violões dos quadrinhos.
À outros olhares: tão forte, benevolente, galante e poderoso, como os mocinhos de filmes de TV.
Como queria ser este ser, vezes tão benevolente, vezes tão cheio de si, tão confiante e firme.

Queria eu, ser um extremo qualquer em um mundo de meios termos.
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