quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Depois de Ver... Lama, Fogo e Bala.


O início de novembro foi marcado por elementos naturais, água, fogo, terra, vento...

A Lama (água e terra) consumiram minas, o fogo, levado pelo vento, sangra a Chapada Diamantina, o fogo arde os parisienses.

É quase um Capitão Planeta sem coração.

Uma quimera da natureza controlada pelos homens. Sem o toque de coração, de bondade, que tantos acham inútil.

É um desenho de terror. São tantos milhares usando seus anéis para destruir, lucrar, matar.

Seria cômico se não fosse trágico. Mas esses são apenas a ponta do iceberg. É apenas o pouco que conseguimos ver.

É apenas o pouco que essa nossa insensibilidade a destruição, nos permite enxergar.

Neste emaranhado de destruição e medo que permeia o mundo.

Na guerra contra o tráfico, centenas morrem diariamente no Brasil e no mundo.

O Oriente médio não é um barril de pólvora como muitos gostam de falar. É um barril de pequenos explosivos, que estouram diária e continuamente, em nome de Deus.

A seca e a fome matam mais uns tantos. Mais alguns milhares pela violência indiscriminada. Algumas centenas nos hospitais sucateados.

 

 

Mas nem tudo está perdido. Há também manifestações do bem por toda parte.O Ma-Ti, dono do anel do coração, não morreu. Anda por ai, juntando pedaços.

E quem sabe um dia, colocamos um coração neste Homem de Lata.

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Depois de Ver... "Je suis tout le monde"

Pra sofrer por Paris não preciso deixar de sofrer pelo:

Nordestino na seca. Pelo mineiro na lama. O Paulistano nas enchentes.
O baiano no fogo. O Carioca na bala. Pelo gay na cruz. O umbandista na pedra. A mulher na quimioterapia. O homem no oncologista.
O judeu nos campos. O comunista no DOP S. Pela mulher no tanque. O pobre na favela. O velho na fila.
Pelo negro na senzala. O índio na terra. Pelo sem terra sem terra. O menino na rua. Pela mãe do menino. Pela rua.
Pela árvore derrubada. O panda a ser instinto. O planeta a chorar. A gorda no bulling. O muleque na ponta do fuzil...
E a lista não para.

Posso sentir por tudo e por todos.
Meu ser é total e particionado, único e ao mesmo tempo tão igual.

Eu sou todo mundo!

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Depois de Ver... O Bom, o Mau e o Culto.

Depois de Ver... O bom, o mal e o culto.

“...Culto... É aquele que:
1.º Tem consciência da sua posição no cosmos e, em particular, na sociedade a que pertence;
2.º Tem consciência da sua personalidade e da dignidade que é inerente à existência como ser humano;
3.º Faz do aperfeiçoamento do seu ser interior a preocupação máxima e fim último da vida.
Ser-se culto não implica ser-se sábio; há sábios que não são homens cultos e homens cultos que não são sábios; mas o que o ser culto implica, é um certo grau de saber, aquele que precisamente que fornece uma base mínima para a satisfação das três condições enunciadas.“ (Bento de Jesus Caraça)

Na minha opinião fecal, ser “bom” é ser menos “eu” e ser mais “nós”.
Ler muitos livros implica na tendência maior a se colocar no lugar do outro. De ser mais empático. Isso sim te torna melhor.
E digo “tendência” ou “maior probabilidade. Por que muitos e muitos intelectuais apoiam ambos os lados dos debates. E por visões diferentes. Que não os fazem melhor ou pior. Apenas por que olham cada um de um viés.
A questão é debater, é pensar. Defender pontos e tentar achar uma melhor alternativa. Repare bem que falei “melhor alternativa” e não “a alternativa correta”.
Debater, para trazer a luz a alternativa que é melhor para o maior número de pessoas. Para o grupo. É pensar no todo, é transcender a própria existência.

Ser culto não te torna automaticamente “bom”, mas ajudam bastante.
Se me considerar “bom” é um erro (“bom” segundo os meus preceitos), qualquer um que achar que tem toda verdade e que é superior que o outro comente um erro ainda maior.
Me considero “bom”, não por que sei mais que os outros, mas por que me importo mais com os outros.
E pondero que ler livros, opiniões e posições distintas me ajudam a olhar ainda mais além do meu umbigo.

Mas não considero esta, a única forma de desenvolver empatia. O ser humano é plural e infinito. Bem como a sua capacidade.
E isso que nos torna tão especiais. Cada um se desenvolve como bem entender.