quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Depois de Ver... O Medo e as Mudanças.

O fato é que todos são resistentes a mudanças. Uns mais, outros muito, outros quase nada. Mas, de uma maneira ou outra, resistir ao novo tem uma grande carga genética evolutiva.

A milhares de anos, os pré homo sapiens, que aceitavam o novo com muita facilidade, tendia a morrer por diversos males. Por experimentar a fruta com sabor diferente (que causava envenenamento), por não chegar perto daquele animal diferente (que era peçonhento), por se esconder de barulhos incomuns (trovões, relâmpagos e raios), e a sequência de exemplos não para por aí. E assim, conseguiam viver por mais um dia.

Em contrapartida o medo, de certa forma, foi um dos fatores que permitiu a humanidade de evoluir. Ou melhor, os mais medrosos e com mais receio do novo sobreviviam mais uma manhã para se reproduzir. Por outro lado, se não tivesse havido a coragem para enfrentar os medos da antiguidade, o homem não teria chegado onde chegou. Teve que experimentar outras frutas, quando terminava as temporadas. Teve que buscar melhores abrigos, quando tinham entrado em desequilíbrio com o atual. Conhecer e desbravar novos lugares, e descobrir locais mais vantajosos.

É um paradoxo evolutivo! Sem o medo do novo, não seria possível a evolução e sem enfrentar o medo do novo não seria possível a evolução. Agora, que os perigos naturais para a vida humana foram reduzidos drasticamente, o que restou para a evolução humana? O que restou na forma de pensar e/ou agir a respeito do medo e do novo?

Resta desenvolver a habilidade de adaptação que trouxe a espécie humana ao momento atual. É a capacidade de se moldar e transmitir e transformar a cultura e o meio que o cerca. Pois essa habilidade de transmitir informação e cultura, possibilitou o homem a chegar a tantos lugares quanto possível, chegam a sobreviver em lugares extremamente inóspitos para a vida (como a conhecemos), como o espaço, o fundo do mar, os polos.

A terra chegou a um período de estabilidade sem precedentes. Os conflitos reduzem a cada dia, o clima sofre pouca alteração, está sendo criada uma verdadeira consciência coletiva a respeito da preservação do planeta. Nunca antes na história, se preocupou tanto com a condição do mundo de forma consciente.

Como disse Darwin, “sobrevive o mais adaptado”, em outras palavras, os mais adaptados conseguem se reproduzir com maior facilidade e tem maior probabilidade de passar a característica (seja genética ou comportamental) adiante.


É esta resiliência, esta capacidade de se modificar que torna o ser humano especial. Então por que as vezes é tão difícil alterar ou evoluir um pensamento social?

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Depois de Ver... A Democratização da Mídia

Há uma inegável elite intelectual no Brasil, no mundo. Que escreve colunas e usa palavras estrangeiras, e cita milhares de autores só para mostrar que são melhores uns que os outros, porque “ leu marx”, “consultou Sócrates”, “concordou com fulano”, “argumentou com Foucault” ou “referenciou beltrano”.

Quanto mais incompreensível é o texto, melhor. Pois aí se caracteriza um texto de grau intelectual elevadíssimo. Será? Há uma grande parcela da população com pouco ou nenhum apreço pela leitura, que tem sérias dificuldades de se colocar no lugar do outro em um debate, quanto mais em um texto que exige reflexões altas reflexões abstratas.

Onde fica a função de informar da comunicação? E a função de transformar o mundo ao redor? E os textos com objetivo de comunicar, onde foram parar? Aqueles com objetivo de tirar as pessoas do lugar comum? Onde estão? Pois é, talvez nunca tenham existido.

Consuma-se reclamar que a população é alienada, pelas mídias. Mas os meios de produção e geração de conteúdo está nas mãos de uma elite, que faz conteúdo para a elite. Seja ela de direita, esquerda, centro esquerda, o que for.

Resta ao povo, uma mídia pobre e sem poder provocativo, sempre com mais do mesmo. Com embutidos hora capitalista, hora socialista, hora religiosa... E assim vai. É uma disputa de controle e poder sobre quem irá conseguir impor melhor as suas ideias e ideologias na população.

Desde tempos e civilizações remotas, o poder do conhecimento nunca esteve nas mãos do povo. E toda a forma de geração de conteúdo criada pelas massas sempre foi suprimida, rechaçada e ridicularizada pela elite até alcançar seu fim.

Mas com o advento da internet e a democratização forçada deste espaço, a comunicação no mundo se dividiu em dois grandes vales.
Um, onde reside todo o conteúdo intelectual, no qual para ler é quase uma interpretação de hieróglifos. No outro, toda uma cultura de comunicação rápida, e quase sempre não verbal, consumida nas redes sociais sem nenhum tipo de aprofundamento ou mesmo certificação de veracidade. Mas desde quando isso é ruim?

As pessoas estão passando a usar seu poder de se comunicar, de produzir e de fazer, de tentar o novo e o diferente. Nunca antes na história o poder sobre a mídia foi tão democrático. Pararam para reparar? Qualquer cantor de fundo de quintal, pode fazer o próprio clipe com o celular e espalhar ele no mundo em questão de segundos. Qualquer transeunte na rua pode reportar uma notícia, fazer um flagrante ou fazer um desabafo filmado.


Este é um enorme poder, para o qual deve-se estar preparado. Tanto para lidar com ele, e saber o que fazer o que mostrar e produzir, quanto para filtrar e verificar que tipo de informação é recebida.

sábado, 13 de fevereiro de 2016

Depois de Ver... O dia que a Poesia se Esvair.

O que será de mim, se ou quando,
Um dia, quem sabe...
Toda essa poesia de esvair do meu ser,
Sumir, vasar por entre os olhos, poros e afins?
Neste dia, não restará nada além do meu pó,
entristecido adubando algum jardim.
Mas, ainda assim, quando houver a primavera,
E as flores colorirem tudo em azul, amarelo e carmim.
Meu pó outrora entristecido se abrirá em pura poesia.