quarta-feira, 30 de junho de 2010
Depois de Ver... Cuecas, mulheres e sandálias.
sábado, 26 de junho de 2010
Depois de Ver... Vidros ao Chão.
- É só isso... – Sussurrava ele para si mesmo enquanto escutava a taça de vinho estilhaçar-se ao chão e encher a sala vazia de barulho, depois o silencio. As mãos ainda continuavam abertas soltas ao lado da cadeira, como que ainda segurassem a taça que acabara de cair. Os olhos mantinham um olhar penetrante e fixo em algum ponto da parede, enquanto os pensamentos pousavam longe em rostos tão familiares.
- Acabou! Acabou! Acabou! – Gritava ela ao espelho tentando se convencer. Os gritos se intercalavam a música alta vinda do som e juntos explodiam janela a fora, ferindo ouvido de vizinhos receosos.
As lembranças eram os lábios, eram os braços, eram os dois. Era o futuro sonhado, o passado amante, eram os dois.
- Ainda não acabou! – diriam os lençóis dele, sabiamente. Baseado nas tantas vezes que fora molhado pelo suor da lascívia dos dois corpos. Baseado na lagrimas que tantas vezes o molharam pela saudade, pela duvida, pelo primeiro sinal de briga. Diria isso pensando nas palavras de carinho, de amor, de saudade, que tantas vezes ele ouvira.
A verdade era uma só: "Ainda não era o tempo".
sábado, 19 de junho de 2010
Depois de Ver... O Verbo.
No medo a rima te auxilia
Na tristeza as palavras podem te ajudar
As letras se unem por ti
Os versos afastam os pesadelos
As poesias levam as dúvidas

Na solidão a língua é sua amiga
Na falta as frases são tua água
Na angustia os vocábulos te consolam
A prosa esmaga a saudade
O texto preenche o ócio
A grafia desfaz a distância.
segunda-feira, 14 de junho de 2010
Depois de Ver... Calos.

Calos são coisas que sempre nos faz reclamar. Mais se repararmos bem eles são apenas proteções do corpo contra algo que o agride. Se incomodam significa que algo machucaria ainda mais se eles não estivessem lá.
E se “Gato escaldado tem medo ate de água fria”, o único mal real causado pelos calos é que deixamos de sentir e/ou sentimos com muito mais dificuldade. Aquela pequena dor ou desconforto que sentimos com sua presença não é quase nada comparado a dor da qual ele nos protege. Deixar de sentir é a resposta mais simples e inteligente que o corpo tem para se proteger, tanto físico quando mentalmente.
Infelizmente não é possível criarmos e desfazermos os calos na hora que bem entendemos. Para poder sentir isso ou aquilo e deixar de sentir tudo o mais e vice-versa. Mas com os cuidados e tratamentos certos e substituindo o agressor por algo mais confortável conseguimos desmanchando-os aos poucos, voltando assim a sentir.
Os calos nos tiram a beleza, o conforto e o tato. Com eles nos tornamos áspero ao toque dos outros. Podemos tentar mudar isso só colocando o pezinho na água pra ver a temperatura ou abrindo a caixa pra ver qual é a do gato. Muitas vezes pelo simples medo de mudar, de tomar uma atitude arriscada, porem acertada é que perde-se a oportunidade de arrancar de vez a pele do calo e sentir a dor por algum tempo e logo após ver uma nova pele nascer.