Eram três da manhã quando ele acordou de um sono profundo. O silencio da madrugada era denso, o que o fez percorre a mão pelo lugar vazio, e ainda quente, ao seu lado na cama. Olha para a porta encostada e pela fresta vê a luz do banheiro se apagar com um estalido. A mão que surgem em seguida empurrando a porta na penumbra, iluminada apenas pelo clarão azul da lua que entra pela janela, vem acompanhada de um rosto feminino a se abrir num sorriso.
- Desculpa. Te acordei?!
A resposta veio com outra pergunta.
- Quem é você?
O que no inicio ela acreditou ser apenas uma brincadeira, tornou-se um drama. Ele não se lembrava de nada. Dos anos de namoro, dos passeios que fizeram, das viagens, das escolhas em conjunto, dos planos. Ou melhor, lembrava-se de tudo, menos dela. Nem ao menos de tê-la conhecido.
Ela se desesperou e tentava, sem sucesso, trazer as lembranças de volta. Fotos espalhadas no chão junto as cartas e presentes. Porem nada o trazia de volta a realidade. Ele cada vez mais nervoso com a desconhecida que o importunava com fotos dele que ele não lembrava de tê-las tirado e que o mostrava presentes, fotos e fatos de dos quais ele se quer ouvira falar. Ele juntava as roupas espalhadas pelo quarto, e se vestia enquanto ela revirava a gaveta atrás de qualquer coisa que remete-se ao passado deles juntos, seja o próximo ou o distante.
E em meio ao desespero dele, ela já se conformanda com a sua saída sussurrou:
- Te respeito, te gosto, te quero, te venero...
E ele que olhava profundamente para ela enquanto ouvia, sentiu seus lábios se mexerem sozinhos para completar a frase:
- Te amo.
Os olhos dele brilharam pela primeira vez na noite e ele foi de encontro a ela selando com um beijo. Não era preciso dizer mais nada ela sabia que ele voltara a lembrar.