domingo, 25 de dezembro de 2011

Depois de Ver... Que assim eu sou.

Não gostar de natal, não define meu caráter.
Isso é só uma pitada do que gosto e do que desgosto.

Minha religião, ou a falta dela, não diz quem sou.
É só uma amostra do que acredito ou deixo de acreditar.

Não querer ter filhos geneticamente meus, não significa que odeio crianças.
Essa é apenas uma das minhas muitas escolhas, a meu ver bem altruísta.

Só por que falo as coisas que penso, não quer dizer que quero que todos me sigam.
Apenas quer dizer que gosto de discutir sobre o mundo, com pessoas que tem a mente aberta.

Por que gosto de ler não quer dizer que sou um maluco sem vida social.
Significa apenas que eu gosto de ler.

As coisas são assim, simples, mas não obvias. Tentem pensar um pouco antes de falar ou pensar algo sobre mim.
Acostumem-se comigo ou deixem-me seguir meu caminho. Assim sou eu.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Depois de Ver... Verdades de bar.

Quero que em ti apodreça

Os cantos e cantares que não tive;

Que tu, a mim, esqueças

Minha existência, minha sombra que em ti vives;

E no sonho, meu Deus, abandone;

E role nos lençóis atormentada

Triste, culpada, insone;

Hoje clamo pelo teu pranto;

Rezo, pedindo que em ti morra

Tudo que sente por mim, todo tanto

A vontade, a ânsia, que ecoa;

Agora, te aflore no peito a dor;

A alma gritando acovardada

Gemendo, de medo, assombro, pavor.

E assim te falo em silêncio

Da verdade presente em todo bar;

Minha noite finda em um prenúncio

Sem samba, sem canto, sem o cantar.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Depois de Ver... O Mundo ao Pó. (parte 1)

Mundo pós-apocalíptico, ano de 2019. Meses depois do aparecimento do vírus CEF1, que transformou 86% da população em zumbis. Toda a tecnologia e resquício de humanidade se foram, quando o restante da população obrigou-se a lutar pela sobrevivência.

Mirian estava sozinha dentro da caixa d’água vazia da fabrica em que trabalhava antes da epidemia. Os primeiros raios de sol começavam a aparecer quando ela se levantou ainda segurando sua arma e verificou se o perímetro estava seguro. Ela estava “morando” ali a algumas semanas desde que se separou do pequeno grupo de sobreviventes ao qual fazia parte.

Enquanto checava a mochila, verificando o estoque de suprimentos que lhe restava, se deu conta de que as provisões que tinha não durariam muito. Matar um de seus companheiros não tinha sido uma escolha dela, mas não se arrependia de ter garantido a própria sobrevivência.

Eram novos tempos e o velho “unidos venceremos” não mais funcionava. Os pequenos grupos de humanos que sobreviveram ao vírus, se dissolveram logo após descobrir que o medo de acordar sendo devorado pelo companheiro ao lado era maior que a necessidade de unir forças para enfrentar os infectados.

O cansaço das inúmeras noites insones, já transparecia no seu jovem corpo de 30 anos. Isso unido a subnutrição que o racionamento já duradouro lhe proporcionava. A necessidade de sair do seu esconderijo e ir em busca de alimentos era evidente e postergar isso poderia significar no futuro não ter forças para tal.

Os filmes e séries antigas a enganaram, pensava ela. Ao contrário deles, os infectados, ou zumbis, não temiam a luz ou o sol.

Sob a constante guarda de sua, recém adquirida, pistola e o fiel facão, avançou cidade a dentro, o silencio lhe garantia maior segurança que o sol. Em sua temerosa caminhada rumo ao centro da cidade, em uma pequena rua a sua direita viu algo que fez seu coração disparar. Um infectado, banhado de sangue e com olhos vidrados, esmurrava ferozmente um poste.

Seus olhos vazados de vermelho sangue cruzaram com o de Mirian. Ela sabia que aquilo significava apenas uma coisa: seria perseguida. Em seu dilema interno entre disparar a arma contra o pobre homem e o barulho chamar atenção de possíveis outros por perto ou tentar fugir e se refugiar antes que a besta a alcançasse.

Optou pela segunda,correu em direção a um bar próximo e forçando a porta, entrou em um só solavanco. De arma em punho com receio do que poderia encontrar dentro do bar, ouvia os passos apressados e os grunhidos do infectado que a perseguia. Forram segundos de tensão, em que ela sumiu cozinha adentro e passos antes dele a alcançar ela conseguiu passar pelo basculante da cozinha para a rua e o fechar. Correu como se não houvesse amanhã e alcançou a galeria da cidade.

Os supermercados, bares e lojas de conveniência a essa altura tinham sidos todos saqueados e os principais produtos portáveis e fáceis de preparar ou consumir já haviam si esgotado. O que restava agora estava nas dispensas das casas. Porem na ultima vez em que Mirian saqueara uma farmácia, com o grupo de sobreviventes, em busca de medicamentos, ela viu os Shakes emagrecedores e lembrou dos suplementos e a possibilidade de racioná-los.


... Continua.

Depois de Ver... Ser, Querer, Ir.


Certo dia me perguntaram quem sou.


Respondi que sou a soma de vários universos.



Sou a voz que sussurra, a mão que escreve, a perna que corre


Sou os olhos que lêem, a boca que beija, a cama que deito


Sou a fruta partida em pedaços, o poema cantado e a perna inquieta.




Sou múltiplo e multifacetado;





O que quero é fácil adivinhar


Encher meu vazio de sensações, sentimentos


De conceitos, amores e conhecimentos


De música, de solidão;





Se me perguntarem onde estou e para onde vou


Estar, pra mim basta estar no mundo.


Quanto ao ir a essa pergunta


Respondo na lata, sem titubear:


“À eternidade, por que lá é o meu lugar

domingo, 20 de novembro de 2011

Depois de Ver... Soul Negro.

“Eu tenho um sonho. O sonho de ver meus filhos julgados
por sua personalidade, não pela cor de sua pele.”

Martin Luther King

Soul Negro,

Quilombo, Zumbi da nação;

A capoeira seu jogo;

Muita paz e oxalá.

Soul Negro,

De positividade, elevo minha alma;

Na voz de Bob o reggae é o grito da paz

Sigo o bem e a verdade de suas palavras

Soul Negro,

Nada de fingir ou sofrer;

Vivo de amores e rosas;

Copio Cartola, levo a vida a sorri.

Soul Negro

Igualdade!

Vibro pela indistinção do externo

No sonho de King nossa realização.

Soul Negro,

Fuja do cotidiano,

Liberte sua alma;

Na música, a filosofia de Hendrix

Soul Negro

De Tim a Ray

De Mandela a Pelé

De Barack a Areta

De Besouro a Woords

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Depois de ver... A corrida.

O mostrador digital do velocímetro do uno oscilava entre 100 e 140 com assustadora velocidade. Os punhos marcavam o volante com força e nem o fluxo intenso da estrada fazia com que seu pé desgrudasse do acelerador.

Ele esta apreensivo, era perseguido pela sombra de um futuro próximo e a angústia o consumia. A chuva, a noite e a quantidade de carros naquela véspera de natal eram os obstáculos que o separavam do seu objetivo.

A pista escorregadia, as ultrapassagens imprudentes, carros, carros e mais carros. As luzes sugavam sua mente até as aparições das vindouras lembranças. Os olhos dele saltava do relógio ate a penumbra do horizonte enquanto continuava a riscar a estrada com a borracha.

Quanto mais se aproximava do seu destino os fantasmas se dissolviam e a esperança brotava dentro dele. Até a chuva diminuiu e seu coração disparou. Imaginou ate ter visto pequenos raios lunares lhe guiarem por caminhos tão conhecidos.


Quando finalmente chegou, estacionou o carro em frente a pequena e aconchegante casa e olhou o relógio. Toda a sua odisséia se justificara. Pela janela viu o olhar singelo de sua garotinha se abrir em um sorriso, tal como se o próprio Papai Noel tivesse se conjurado em sua frente. Foi pela janela, mesmo na chuva, que ele sussurrou as palavras: “Cheguei a tempo do seu Natal.” E aquele sorriso se eternizou.

domingo, 10 de abril de 2011

Depois de Ver... A mágica.

É inicio da tarde de sexta-feira, um dia comum em que as senhoras e donas de casa deslizam pelo mercado e enchem seus carrinhos com as compras do mês. O mercado lotado, com filas enormes que eram ignoradas pelo garoto de 9 anos em suas idas e vindas.

Era véspera de seu aniversario de 10 anos e pela primeira vez ganhou, da sua mãe, o dinheiro para comprar seu presente. No inicio da tarde, logo que chegou em casa após o colégio, jogou sua mochila, preguiçosamente, sobre o sofá e atravessou a rua ate chegar ao supermercado. Correu em direção a sessão de brinquedos e em toda a sua excitação se pos a escolher o seu presente de aniversário.

Foram muitas idas e vindas ate o salão de beleza de sua mãe para perguntar as condições e autorização para escolher este ou aquele presente. Finalmente com os 50 reais que lhe foi dado e a permissão para comprar o brinquedo que desejasse, voltou para o mercado com a certeza que ainda nesta tarde estaria descobrindo os maiores segredos dos mágicos, no kit de mágica que compraria.

Já era fim de tarde quando ele estava a passos de distância do tão desejado brinquedo, após as inumeras corridas. O garoto vê um casal com o carrinho cheio de compras pegar o kit de mágica e displicentemente colocá-lo no carrinho. O choque é tanto que, parado no corredor, ele demora alguns segundos para ir a procura de um segundo exemplar do brinquedo.

Atendentes são questionados, estoque vasculhado e a realidade dura cai de encontro com o garoto, aquele era o ultimo brinquedo. Ainda em uma tentativa desesperada ele olha de longe o jovem casal na fila do caixa e vai de encontro a mulher e pergunta:

- Tia, você vai levar esse brinquedo? - e após constatar o obvio se retira para casa bastante frustrado.

Ainda no fim de tarde, depois de todas as lojas de brinquedos e mercados da redondeza, na pequena cidade onde mora, terem sido revirados e todos os vendedores questionados. Volta para casa sem sucesso.

A sua decepção, unido ao principio de urgência comum a toda criança o faz aceitar comprar dois outros jogos (um kit de química e um combate), mas nada era igual, apenas acentuava a sua infância de filho único de poucos amigos.

E o desejo dos segredos mágicos acompanha-o por toda vida.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Depois de Ver... Convenções.

Oláaa

Depois desses meses de pausa. Volto agora com todo vapor. Hoje trazendo o meu primeiro curta, e aproveitando para lançar a produtora (Janela Afora).

Curtam o filme e dêem suas opiniões.