Quero que em ti apodreça
Os cantos e cantares que não tive;
Que tu, a mim, esqueças
Minha existência, minha sombra que em ti vives;
E no sonho, meu Deus, abandone;
E role nos lençóis atormentada
Triste, culpada, insone;
Hoje clamo pelo teu pranto;
Rezo, pedindo que em ti morra
Tudo que sente por mim, todo tanto
A vontade, a ânsia, que ecoa;
Agora, te aflore no peito a dor;
A alma gritando acovardada
Gemendo, de medo, assombro, pavor.
E assim te falo em silêncio
Da verdade presente em todo bar;
Minha noite finda em um prenúncio
Sem samba, sem canto, sem o cantar.
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