sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Depois de Ver... 10.958 mil dias

Sim. Cheguei aos 30. E inevitavelmente olho para o passado. Com ar nostálgico e até avaliador do passado.
E o que vejo são duas constantes ao longo desse tempo.

Querendo ou não vocês dois de forma direta ou indireta fazem parte da minha vida diariamente ao longo destes 30 anos. Hoje, mesmo longe, mãe você é apoio, é conselho, é ajuda seja psicológica, financeira ou o que quer que apareça. Mesmo que poucas, as conquistas que tive e tenho são constantes, integras, honestas e no geral todas tem um dedinho seu. Todas também são suas.

A você pai, sempre como uma referência e importante para saber que honestidade é um dos maiores valores que alguém pode ter. Para mim, você sempre foi e será sinônimo de inteligência e caráter. A sua criatividade e inventividade são exemplos, linhas que me inspiram e norteiam.

A educação, cultura e ensino de qualidade que ambos me proporcionaram, muito fez e faz diferença em minha jornada. Foi tudo isto, junto ao apoio, moral, psicológico e financeiro, que me deram foram os principais motores que me trouxeram aqui, tão longe. E que com certeza me impulsionará a muito mais longe.

Mas sei que nem só de pais minha vida foi feita, família, amigos e colegas também tiveram grande influência. Quantos são as tias, quase mães, primos e amigos. É muito o carinho recebido sempre e de tantas maneiras.
Sempre achei a referência de que família é uma ancora estranha. Ancora é pesada nos prende, nos limita.

Vocês todos são para mim, boias, que se mantem próximas e me mantem seguro e apoiado nos momentos mais tempestuosos, sem limitar o meu ímpeto de conhecer o mundo, e me ajudam a me manter a salvo, neste mais profundo e misterioso que é o mundo.


Amo todos vocês de maneira única e particular, e as lembranças maravilhosas que me proporcionaram em todos estes anos são verdadeiros presentes. Obrigado a todos, e que venham mais 30.

Depois de Ver... O A pureza e o Pecado

Há um “Q” de pecado
Em cada cama coberta
Na rua escura e deserta
Em todo lábio molhado

Há um “q” de pureza
Em todo bar e puteiro
No fogo, no candeeiro
No beijo e na safadeza

Em tudo há pecado e pureza
No santo e na santa do altar
Na fala e em seu olhar

No bruto e sua beleza
Na relva e na natureza

E em todo jeito de amar

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Depois de Ver... A Desertificação dos Espaços Públicos.

Um grande benefício, que o Pokemon Go pode ter trazido para o mundo, pelo menos no primeiro momento, é um povoamento das ruas. Uma estagnada no processo de desertificação dos espaços públicos. Que é um dos fatores que propiciam a violência.

O que nos leva a refletir sobre o processo de desertificação dos espaços públicos. O isolamento facilita a ação de assaltantes e criminosos, gerando medo dos moradores em relação aos espaços. O que torna o efeito cíclico e infinito, no qual o medo do perigo reforça o isolamento, e o isolamento por sua vez propicia o perigo.

O medo da violência, levou e leva, pais a isolarem seus filhos e filhas em casa, ou dentro dos muros e grades dos condomínios, amparados e apoiados pelo desenvolvimento tecnológico e da comunicação, que tem o poder de trazer o mundo para dentro dos lares.

O objetivo aqui não é ser saudosista e dizer que antigamente o mundo era melhor pelas crianças poderem ir para as ruas brincar de bola ou pique-esconde. A reflexão que trazemos para este espaço é que talvez nas novas gerações, a ideia de ir para a rua pode se tornar mais atraente através de ferramentas tecnológicas como essas. E a tecnologia de realidade aumentada pode ser uma excelente ferramenta educacional quando bem utilizada. Além de trazer para a rua as pessoas de bem que hoje costumam se trancar em suas fortalezas gradeadas.

Os espaços de convivência comum, hoje voltam a ser ocupados pela população de maneiras distintas das que vivíamos décadas atrás, como a nova comida de rua dos foodtrucks, tomando o lugar dos tradicionais espetinhos ou do pipoqueiro.


Deve-se atentar para a nova transformação pela qual a sociedade passa. E retomar, seja como for, os espaços das ruas, praças e avenidas. E nesta pós modernidade, na qual mesmo em casa as pessoas tem seus  próprios celulares, computadores , e televisores, e quase não se conversam, talvez, a tecnologia, que vem nos afastando a décadas, e tornando os relacionamentos cada vez mais frágeis e efêmeros, seja o mesmo fator a aproximar as ilhas que nos tornamos.