sexta-feira, 22 de maio de 2015

Depois de Ver... Sonhos Engavetados.

Sabe aquele sonho que tinha? Aquele que você me assistiu construir, pedaço a pedaço, madrugada a madrugada?

Pois é, tirei do bolso. E pus na gaveta da cômoda. Junto com os livros empoeirados de psicologia,  os textos de teatro, os roteiros de filmes e poemas velhos.

Adiei para mais nunca, o caminhos desbravadores do mapa que fizera em outros tempos.

No bolso, punha as contas do mês, a prestação da casa, as mãos que não fazem mais artesanato. Que mal fazem mais músicas, que mal se mexem além de digitar linhas e linhas de códigos e formulas no teclado.

Assisto agora a tudo de cima do muro. Eles venceram. Os moldes me alcançaram. O sinal se fechou. A rotina me prendeu.

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Depois de Ver... O Esquecimento

Tenho de Lembrar de Esquecer

 

São tantos os dias do ano, são tantos compromissos e datas.

Quantos são os esquecimentos.

São faltas de memória a todo momento.

Esqueço tudo e todos.

Até me esqueço de esquecer.

 

Me confundo no tempo.

E desejo felicidades mil em palavras sussurradas,

E peço ao vento que leve e os anjos que guardem.

 

Só me resta, guardar no mural mais um parabéns não entregue.

Só este, eu não lembrei de esquecer.

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Depois de Ver... A Razão.

Confundir é super fácil.

 

As pessoas confundem:

 

Opinião pessoal com verdade;

Gosto pessoal com beleza;

Achismo com certeza.

 

Não há problema nenhum em não gostar de uma determinada cor. O problema começa quando você diz que o verde é feio. Como se fosse uma verdade absoluta que tem que ser compartilhada por todos. Quando o mais adequado, seria dizer que o verde é feio para você.

O que demostra claramente que é algo que VOCÊ não aprecia.

E isso tudo se complica, quando passamos a criar conceitos baseados em gostos pessoais. Como, por não gostar de verde, eu passo a entender que verde é ruim, ou mal.

 

Beleza é estritamente uma opinião pessoal.

 

Opinião é uma questão de opinião.

 

Assim como esse texto. Que você pode até concordar, mas não significa que é uma única verdade.

 

 

Pensa por si só. Mas não pensa que só você sabe pensar.

 

A razão não tem dono. E se tem um dono, ele ainda não se apresentou.

Depois de Ver... De Repente.

Não mais que de repente, uma folha caiu de uma árvore solitária e tranquila.

Em meio a um bosque, nunca antes tocado pelo homem.

A folha deslizou suave e levada pelo vento, caiu sobre as águas plácidas do lago mais próximo.

As ondas que se formaram na superfície do lago, mudaram toda a conjuntura do universo. A energia gerada daquela onda, daquele contato, se espalhou pelo infinito em cadeias e cadeias de reações.

As ondas, mudaram o curso de uma borboleta, centímetros suficientes para leva-la ao sapo. Que por tê-la comido, não comeu o gafanhoto.

O gafanhoto, comeu um broto, que no futuro ternar-se ia uma árvore.

E por essa árvore não está ali, o pássaro fez seu ninho em outra árvore e chamou atenção dos homens que passavam para o vale.

E os homens destruíram o vale, construindo um grande e belo resort. Para onde milhares viajavam ano a ano.

E uma destas pessoas, após voltar para seu trabalho, comentou o quanto era belo o resort e alguém ouviu.

Uma ideia surgiu na sua mente inquieta. E ele se quietou.

E nunca mais ousou pensar novamente, na sua existência ou na existência do universo. Assim... Sobreviveu.

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Depois de Ver... As Semanas.

Nunca vivi pelos fins de semana.

A semana para mim sempre teve dias definidos, e nutro por cada um deles, um sentimento distinto.

 

As segundas por exemplo, me lembram começos. É como todo o dia de segunda, fosse uma manhã extremamente longa. Segunda, me lembra aquele frio característico de acordar cedo.

 

Já as terças, ahhh as terças. Essas me lembram risadas. Se fosse eleger, as terças seriam meus dias favoritos. Acho que se deve a herança do Casseta e Planeta. Desde a minha infância, a TV a noite foi feita para os adultos. Porém, eu com minha liberdade dentro de casa, esticava as horas de dormir em muitas horas. Desde que me entendo por gente. E assim, com um dos poucos programas da TV, onde a comédia, o sarcasmo e fantasias mil, o Casseta e Planeta Urgente, cativou a mim, bem como milhares de crianças e jovens pelo mundo. E as noites de terça eram dele. Era o momento em que a TV era minha. E assim, provavelmente enraizou em minha memória o quão bom eram as noites de terça. E o quão bom eram as terças.

 

As quartas, talvez também por influência da Tv sempre foram chatas. As quartas era dia de jogo. Quarta era dia de buscar o que fazer. É um sentimento de que a semana realmente está ali. De que o final de semana está longe de ambos os lados. Faz muito que ele se foi, e ainda levará bastante tempo para chegar. É o dia indeterminado, no qual o ócio predomina.

 

As quintas, são os dias das discussões, dos debates infindos, dos olhares ansiosos pelo final de semana que se anuncia. As quintas me lembram ansiedade. Me lembram arrumar as malas par viajar.

 

Sextas-feiras, são as tarde da semana. É a preguiça depois do almoço. É a vontade de não fazer nada. Tudo é desculpa para adiar para segunda. Sexta, é fim de expediente.

 

Sábados, são os dias mais curtos da semana. Só tem tarde e noite. As manhãs são inexistentes. É o dia pela metade. É um dia meio livre, é o dia rápido e incerto. Sempre pode haver um compromisso, ou não.

 

O Domingo, a entidade domingo me lembra sofá. E por isso não gosto dele. É o dia da ressaca. O dia do mal está. É quando ninguém quer fazer nada. E eu borbulhando de energia e tempo. É o dia de ser contrariado.

 

Assim, em um ciclo continuo. Passo as semanas, amando e odiando cada dia, mudando, hora-a-hora.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Depois de Ver... Que louco, sou eu.

Que louco seria eu

Se o alto da minha maldade

Eu fizesse o bem pra todos

Com gestos de igualdade?

 

Que louco seria eu

Se gritasse poesia

Por todas filas e bancos

8 horas por dia

 

Que louco seria eu

Se com toda brutalidade

Entregasse uma flor viva

Para todo ser da cidade

 

Que louco seria eu

Se dançasse sem parar

Sem ritmo ou sem música

Pelo prazer de dançar

 

Que louco seria eu

Se pintasse o tetos do lar

Todo de azul e branco

Para quando dormir eu voar

 

Que louco seria eu

Se falasse só a verdade

E pra todas as perguntas

Respondessem sem má vontade

 

Que louco seria eu

Se bebesse agua do poço

E saísse sapateado

Bem como quando era moço

 

Que louco seria eu

Se em todos acreditasse

E visse somente o bem

Em tudo que me falassem

 

Que louco seria eu???

Depois de Ver... Soneto do Eterno Dançar. (ou “O bailar do deuses sobre a cabeça dos incautos”)  

De tantos  meandros e traquejos,

Padecem as crenças e a bondade.

Os de paz clamam em desejos

Por conforto em sua vontade

 

A terra que por todos olha,

Padece na mão do nobre

E sofre qual cega, e molha...

O rosto com pesar do pobre.

 

E esperando, da sorte a  vinda

Os vilões dançam  sua valsa

Sobre os palácios da avenida

Tratando o povo tal caça

E enquanto a festa não finda

Só pendem mais outra taça