Há uma inegável elite intelectual no Brasil, no mundo. Que
escreve colunas e usa palavras estrangeiras, e cita milhares de autores só para
mostrar que são melhores uns que os outros, porque “ leu marx”, “consultou Sócrates”,
“concordou com fulano”, “argumentou com Foucault” ou “referenciou beltrano”.
Quanto mais incompreensível é o texto, melhor. Pois aí se
caracteriza um texto de grau intelectual elevadíssimo. Será? Há uma grande
parcela da população com pouco ou nenhum apreço pela leitura, que tem sérias
dificuldades de se colocar no lugar do outro em um debate, quanto mais em um
texto que exige reflexões altas reflexões abstratas.
Onde fica a função de informar da comunicação? E a função de
transformar o mundo ao redor? E os textos com objetivo de comunicar, onde foram
parar? Aqueles com objetivo de tirar as pessoas do lugar comum? Onde estão?
Pois é, talvez nunca tenham existido.
Consuma-se reclamar que a população é alienada, pelas
mídias. Mas os meios de produção e geração de conteúdo está nas mãos de uma
elite, que faz conteúdo para a elite. Seja ela de direita, esquerda, centro
esquerda, o que for.
Resta ao povo, uma mídia pobre e sem poder provocativo,
sempre com mais do mesmo. Com embutidos hora capitalista, hora socialista, hora
religiosa... E assim vai. É uma disputa de controle e poder sobre quem irá
conseguir impor melhor as suas ideias e ideologias na população.
Desde tempos e civilizações remotas, o poder do conhecimento
nunca esteve nas mãos do povo. E toda a forma de geração de conteúdo criada
pelas massas sempre foi suprimida, rechaçada e ridicularizada pela elite até
alcançar seu fim.
Mas com o advento da internet e a democratização forçada
deste espaço, a comunicação no mundo se dividiu em dois grandes vales.
Um, onde reside todo o conteúdo intelectual, no qual para
ler é quase uma interpretação de hieróglifos. No outro, toda uma cultura de
comunicação rápida, e quase sempre não verbal, consumida nas redes sociais sem
nenhum tipo de aprofundamento ou mesmo certificação de veracidade. Mas desde
quando isso é ruim?
As pessoas estão passando a usar seu poder de se comunicar,
de produzir e de fazer, de tentar o novo e o diferente. Nunca antes na história
o poder sobre a mídia foi tão democrático. Pararam para reparar? Qualquer
cantor de fundo de quintal, pode fazer o próprio clipe com o celular e espalhar
ele no mundo em questão de segundos. Qualquer transeunte na rua pode reportar
uma notícia, fazer um flagrante ou fazer um desabafo filmado.
Este é um enorme poder, para o qual deve-se estar preparado.
Tanto para lidar com ele, e saber o que fazer o que mostrar e produzir, quanto
para filtrar e verificar que tipo de informação é recebida.
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