segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Depois de Ver... A Democratização da Mídia

Há uma inegável elite intelectual no Brasil, no mundo. Que escreve colunas e usa palavras estrangeiras, e cita milhares de autores só para mostrar que são melhores uns que os outros, porque “ leu marx”, “consultou Sócrates”, “concordou com fulano”, “argumentou com Foucault” ou “referenciou beltrano”.

Quanto mais incompreensível é o texto, melhor. Pois aí se caracteriza um texto de grau intelectual elevadíssimo. Será? Há uma grande parcela da população com pouco ou nenhum apreço pela leitura, que tem sérias dificuldades de se colocar no lugar do outro em um debate, quanto mais em um texto que exige reflexões altas reflexões abstratas.

Onde fica a função de informar da comunicação? E a função de transformar o mundo ao redor? E os textos com objetivo de comunicar, onde foram parar? Aqueles com objetivo de tirar as pessoas do lugar comum? Onde estão? Pois é, talvez nunca tenham existido.

Consuma-se reclamar que a população é alienada, pelas mídias. Mas os meios de produção e geração de conteúdo está nas mãos de uma elite, que faz conteúdo para a elite. Seja ela de direita, esquerda, centro esquerda, o que for.

Resta ao povo, uma mídia pobre e sem poder provocativo, sempre com mais do mesmo. Com embutidos hora capitalista, hora socialista, hora religiosa... E assim vai. É uma disputa de controle e poder sobre quem irá conseguir impor melhor as suas ideias e ideologias na população.

Desde tempos e civilizações remotas, o poder do conhecimento nunca esteve nas mãos do povo. E toda a forma de geração de conteúdo criada pelas massas sempre foi suprimida, rechaçada e ridicularizada pela elite até alcançar seu fim.

Mas com o advento da internet e a democratização forçada deste espaço, a comunicação no mundo se dividiu em dois grandes vales.
Um, onde reside todo o conteúdo intelectual, no qual para ler é quase uma interpretação de hieróglifos. No outro, toda uma cultura de comunicação rápida, e quase sempre não verbal, consumida nas redes sociais sem nenhum tipo de aprofundamento ou mesmo certificação de veracidade. Mas desde quando isso é ruim?

As pessoas estão passando a usar seu poder de se comunicar, de produzir e de fazer, de tentar o novo e o diferente. Nunca antes na história o poder sobre a mídia foi tão democrático. Pararam para reparar? Qualquer cantor de fundo de quintal, pode fazer o próprio clipe com o celular e espalhar ele no mundo em questão de segundos. Qualquer transeunte na rua pode reportar uma notícia, fazer um flagrante ou fazer um desabafo filmado.


Este é um enorme poder, para o qual deve-se estar preparado. Tanto para lidar com ele, e saber o que fazer o que mostrar e produzir, quanto para filtrar e verificar que tipo de informação é recebida.

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