No mundo empresarial está enraizado
um tradicionalismo que tem sido extirpado a muito custo.
O alto escalão está tão absorto em manter
a cultura hierárquica, preocupado com a disputa de poder e manter a “ordem”,
que esquece os valores morais e até os objetivos e premissa da função. Acaba
inerte, quando deveria conhecer e melhorar os processos e a gestão da
instituição.
Essa cultura, unidirecional,
proposta e empregada pelas altas hierarquias da estrutura empresarial e política,
engessa o desenvolvimento intelectual e produtivo de ambos os lados. Tanto dos
proprietários, diretores e líderes, quanto dos funcionários e colaboradores.
Todos se prendem a um ciclo vicioso de trocas de figurinhas, mais que repetidas
e conhecidas, no qual nenhuma parte consegue se quer olhar para os lados. Até o
conhecimento acadêmico, muitas vezes trazido pelos funcionários, são
aniquilados pelo conservadorismo e seu medo constante de qualquer tipo de
mudanças. São massacrados sobre a falsa bandeira da segurança e do velho jargão
“em time que está ganhando, não se mexe”, e o velho álbum continua com suas
faltas. Trocar de álbum então... Nem pensar.
Tanto para o trabalhador que não
aprende, preso nas rotinas e subestimado pelos chefes, quanto o alto escalão,
este congela o conhecimento que já possui e o “prende na parede” como um troféu,
a ser apenas exibido e não multiplicado. Assim, fecha-se para novos
conhecimentos pelo medo de mudança do algo que já está constituído.
Não há aprendizado nem troca de
conhecimento de forma horizontal, muito menos vertical. Os patrões, em sua
maioria, pouco se importam com os funcionários e seus conhecimentos, basta que
se apresentem dentro dos padrões de beleza e postura aceitáveis. Apenas a
manutenção do poder importa.
Sentiu alguma semelhança com a
política atual? Não é mera coincidência. O uso da máquina e da máquina/pública
com objetivo de manter-se hierarquicamente acima, com os maravilhosos
empresários se mantendo em posição privilegiada, pois são magnânimos e geram
emprego para a população.
Funcionários/povo com cultura, com
personalidade não são interessantes. Eleitores com posicionamento e que
questionam, não agradam os políticos que necessitam de uma massa, manobrável e
silenciosa para se manter no poder. Sem apresentar mudanças ou melhoras
efetivas (mesmo quando estas melhoras são prometidas).
Aqueles que têm algo a mais para
pensar, além do que a força a ser aplicada nos parafusos a sua frente, são péssimos
para o negócio e para a política.
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