A leitura está pouco presente na vida de nós brasileiros.
Mesmo a internet, que tem o caráter de democratizar o acesso e a construção de
conteúdo, são focados nos materiais visuais e muitas vezes de pouco conteúdo
reflexivo. São pacotes prontos de informações já mastigados, e às vezes até já
digeridos que exigem pouco do receptor para consumí-lo.
Os famosos textões são vistos com distanciamento, porém, toda
e qualquer leitura de mais de um parágrafo é tratada como chata e indesejável.
E as redes sociais que deveriam funcionar como incentivo à leitura, trazendo textos
leves, informativos e atrativos, colocando a leitura e reflexão como rotina na
vida dos usuário, acabam por não funcionar desta forma.
E nos ambientes acadêmicos a rotina se repete, o que se vê,
são universitários, que passam todo o curso sem ler. Muitas vezes nem mesmo os
materiais, livros e apostilas indicados pelos professores. Como diria o
professor Vinicius Lousada, concluem os cursos formados em professores, em apenas uma corrente teórica, e não nas
matérias de estudo.
No meio social, o leitor é visto como desocupado como um
chato, e a leitura é considerada como uma atividade chata e maçante, estudar é
tratado como castigo pelos pais, “se não se comportar na rua, na próxima vez
vai ficar em casa estudando”. Como vamos formar leitores e pensadores deste
modo?
Expandir horizontes é essencial. Apesar do ensino
normativo, ver com maus olhos a educação horizontal e plural, na prática (tanto
docente, quanto mercadológica) a interação entre áreas de conhecimento são
extremamente necessárias. Diria que tão necessária quanto a especialização. E
uma das formas de alcançar este estado é a leitura extracurricular.
Todos temos múltiplos temas de interesse, e fazer links
entre esses temas é extremamente produtivo. Como unir a tecnologia com
medicina, por exemplo, nos permite hoje ter cirurgias realizadas a quilômetros de
distância através de controle remoto. Com segurança e rapidez.
É erro nosso responsabilizar, apenas as grades curriculares
pela intersecção de cursos, através da inserção de matérias de outras áreas de
conhecimento. Seria como esperar aprender com o que o outro leu. Ou seja, que
apesar de possível, passa a ser uma compreensão do conhecimento do outro e
pouco há de reflexão ou construção lógica do conhecimento adquirido, como
ocorre com a busca pessoal de conhecimento. E nesta busca, um dos métodos mais
simples e comum é a leitura.
Um dos desafios do mundo hoje está em conseguir passar às
próximas gerações uma paixão que pouco nos foi passada, que é a leitura, e isso
em meio a uma concorrência, quase desleal, com um mundo de informações entregues
de bandeja, para nossa absorção superficial e passiva.
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