quinta-feira, 14 de julho de 2016

Depois de Ver... Alunos Graduados em Professores.

A leitura está pouco presente na vida de nós brasileiros. Mesmo a internet, que tem o caráter de democratizar o acesso e a construção de conteúdo, são focados nos materiais visuais e muitas vezes de pouco conteúdo reflexivo. São pacotes prontos de informações já mastigados, e às vezes até já digeridos que exigem pouco do receptor para consumí-lo.

Os famosos textões são vistos com distanciamento, porém, toda e qualquer leitura de mais de um parágrafo é tratada como chata e indesejável. E as redes sociais que deveriam funcionar como incentivo à leitura, trazendo textos leves, informativos e atrativos, colocando a leitura e reflexão como rotina na vida dos usuário, acabam por não funcionar desta forma.

E nos ambientes acadêmicos a rotina se repete, o que se vê, são universitários, que passam todo o curso sem ler. Muitas vezes nem mesmo os materiais, livros e apostilas indicados pelos professores. Como diria o professor Vinicius Lousada, concluem os cursos formados em professores, em apenas uma corrente teórica, e não nas matérias de estudo.

No meio social, o leitor é visto como desocupado como um chato, e a leitura é considerada como uma atividade chata e maçante, estudar é tratado como castigo pelos pais, “se não se comportar na rua, na próxima vez vai ficar em casa estudando”. Como vamos formar leitores e pensadores deste modo?

Expandir horizontes é essencial. Apesar do ensino normativo, ver com maus olhos a educação horizontal e plural, na prática (tanto docente, quanto mercadológica) a interação entre áreas de conhecimento são extremamente necessárias. Diria que tão necessária quanto a especialização. E uma das formas de alcançar este estado é a leitura extracurricular.

Todos temos múltiplos temas de interesse, e fazer links entre esses temas é extremamente produtivo. Como unir a tecnologia com medicina, por exemplo, nos permite hoje ter cirurgias realizadas a quilômetros de distância através de controle remoto. Com segurança e rapidez.

É erro nosso responsabilizar, apenas as grades curriculares pela intersecção de cursos, através da inserção de matérias de outras áreas de conhecimento. Seria como esperar aprender com o que o outro leu. Ou seja, que apesar de possível, passa a ser uma compreensão do conhecimento do outro e pouco há de reflexão ou construção lógica do conhecimento adquirido, como ocorre com a busca pessoal de conhecimento. E nesta busca, um dos métodos mais simples e comum é a leitura.

Um dos desafios do mundo hoje está em conseguir passar às próximas gerações uma paixão que pouco nos foi passada, que é a leitura, e isso em meio a uma concorrência, quase desleal, com um mundo de informações entregues de bandeja, para nossa absorção superficial e passiva.


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