quinta-feira, 2 de julho de 2015

Depois de Ver... Os Nomes da Intolerância

Estranho que as pessoas se indignem por alguém não conhecer Cristiano Araújo, antes da sua morte.

Não que ele seja um completo desconhecido ou sem talento. Pelo contrário, seu talento em arrastar multidões é inegável.

Estranho é que todos sejam obrigados a aceitar e concordar com isso.

 

Por ter uma cultura baseada na popularidade e na repetição e o sucesso no trabalho está tão ligado a exibição da vida pessoal das estrelas contemporâneas, os fãs e admiradores dos ídolos da atualidade acreditam que todos são obrigados a conhecer e apreciar seus ídolos e suas obras.

 

Não vi Zeca Camargo bravejar por alguém não conhecer Philip Seymour Hoffman (2014), Ariano Suassuna (2014), José Saramago (2010), Michael Clarke Duncan (2012)...

Não o vi obrigar ninguém sair das suas zonas de conforto e se derreter em solidariedade por estas personalidade e suas famílias, ou tantos outros talentos que morrem diariamente longe dos holofotes do sucesso.

 

Estamos sobre a luz de um bizarro culto ao narcisismo, no qual ser desconhecido nacionalmente é uma ofensa, no qual não ser aceito por todos é ser ruim.

 

O mundo passa agora por uma época de tanta intolerância, que nem mesmo damos ao outro o direito de ter opinião.

 

São centenas, talvez milhares de artistas que morrem diariamente no ostracismo. O que não significa que os falta talento ou fãs.

 

Seus ídolos, são seus ídolos, acostume-se com isso. São preferências suas e só suas. Algumas vezes isso pode ser compartilhado, mas não imposto.

 

Deve-se entender que por você gostar de algo, não torna isso magicamente bom. Torna isso bom para você.

 

O mundo deve aprender a ter respeito pelo diferente. Só assim vamos acabar com as manifestações de intolerância que nos rodeia: homofobias, racismos, cristofobias e tantos outros rótulos que damos a intolerância.

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