quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Depois de Ver... Coisas do meu Tempo

Certo dia percebi que eu já tenho tempo. Que posso dizer em meio de lembranças, com pequenas camadas de pó: ”isso é do meu tempo”. Viver entre jovens precoces que mal sabem dizer o que é um k7 ou muito menos um vinil. Pessoas que serão obrigadas a contar para os netos que o melhor programa de humor que assistia na tv quando criança são apenas galhofas sem conteúdo crítico, baseado na novela que é o sucesso da vez. E não textos habilmente elaborados, falando de política, do social, do critico, do cotidiano.

Cadê os adultos com ar retardado, com roupas pequenas demais ou fantasias toscas, fazendo personagens que tem como foco a inocência e leva no bolso frases prontas como (foi sem querer querendo), ou as jovens loiras com seus vestidos apertados com saias de bailarina, saindo de suas naves para apresentar divertidas disputas de crianças na TV? Aonde estão as crianças que mandam beijo pra “meu pai, minha mãe e especialmente pra você”? No lugar disso temos crianças crescendo com comportamento consumista e que se frustram ao ganhar a bicicleta, quando desejavam tanto o “Playstation 3”, que gritam a plenos pulmões em rede nacional “playstation, playstation, playstation”. Muitos com 3 e 4 anos, que nem ao menos sabem para que serve o Playstation, mas sabem que seu futuro convívio social dependem de ganhar ou não o famigerado game.

Pular amarelinha, corda, dono da rua, e tantos outros pulos que passei a infância dando. Hoje? São lembranças vãs de um outrora distante. Mais quem sabe o Wii não seja a indicação de que Cazuza acertou e veremos um museu cheio de novidades. E mesmo que não seja uma rua cheia de crianças, mais seja uma rua cibernética cheia de avatares, de crianças brincando de esconde-esconde ou pega-pega enquanto corre cada uma sozinha em seus quartos. Espero com medo, mais espero.

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