quarta-feira, 15 de maio de 2013

Depois de Ver... Meu Outono.


Minhas folhas vão caindo o tempo todo. São pequenas partes verdes que nascem e logo se vão. Como palavras ao vento, caem secas e sem vida, que logo são direcionadas para o lixo mais próximo.

As minhas raízes estão cada vez mais grossas e chegando mais distante. Tentam desesperada correr em direção a superfície em busca de ar, de alimento.

Meu caule está áspero, com a casca de aspecto velho e não é mais tão receptivo aos afagos e abraços. Só vem se tornando mais rígido e menos flexivo.

O que me resta é crescer em tamanho, mas não tanto, os fios de alta tensão me impedem de ir mais longe. São os choques do mundo moderno nos aprisionando.

As flores e frutos aparecem apenas nos curtos dias de primavera. As flores protegidas demais sob os muitos galhos, ninguém se quer vê. Os frutos caem podres sem ninguém consumir.
Meu outono nunca acaba.

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