Minhas folhas vão caindo o tempo
todo. São pequenas partes verdes que nascem e logo se vão. Como palavras ao
vento, caem secas e sem vida, que logo são direcionadas para o lixo mais
próximo.
As minhas raízes estão cada vez
mais grossas e chegando mais distante. Tentam desesperada correr em direção a
superfície em busca de ar, de alimento.
Meu caule está áspero, com a
casca de aspecto velho e não é mais tão receptivo aos afagos e abraços. Só vem se
tornando mais rígido e menos flexivo.
O que me resta é crescer em
tamanho, mas não tanto, os fios de alta tensão me impedem de ir mais longe. São
os choques do mundo moderno nos aprisionando.
As flores e frutos aparecem apenas
nos curtos dias de primavera. As flores protegidas demais sob os muitos galhos,
ninguém se quer vê. Os frutos caem podres sem ninguém consumir.
Meu outono nunca acaba.
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