sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Depois de Ver... O Homem Sobre o Muro.

- Ei! Você ai! Você que caminha, vem cá.

Era o que dizia um homem em pé sobre um muro. Enquanto olhava um transeunte e o chamava com o dedo indicador.

Lúcio, que passada apressadamente pela calçada, se quer tinha notado a presença da estranha figura que o chamava. Mas ainda assim, parou, esboçou um sorriso desconfiado e se aproximou.

- Você já tentou alcançar uma estrela com a mão? – disse o homem sobre o muro.
Lúcio sorriu e, sem nada dizer, foi dando as costas e  saindo, quando foi novamente convocado.

- Estou falando sério. Calma espera, eu não sou louco. – o homem foi sentando-se no muro com intenção de ficar mais próximo do rapaz que o ouvia.

Quanto a Lúcio, apenas parou, e esperou a próxima frase da figura que se apresentava a sua frente.

- As estrelas, aquelas, lá no céu – ele apontou para o claro céu diurno, sem se quer uma nuvem – alguma daquelas, lá encima. Quando criança, talvez!?

- Não! Acho que não, sei lá.

- Como não sabe? Ahhh, com certeza você se lembraria se já tivesse pego uma delas.

Lúcio agora ria. E se questionava o porquê de ter parado para ouvir um maluco qualquer, que Andava sobre um muro, fazendo perguntas sobre pegar estrelas aos passantes. Ainda assim se deu ao trabalho de argumentar:

- Você perguntou se eu já tinha tentado pegar. Não se já tinha pego.

- Então quer dizer que já pegou. – o homem sorriu animadamente, e olhava com olhares brilhando, como se desejasse saber sobre a experiência.

- Não. Nunca peguei. Mas tentar pegar é diferente de conseguir pegar.

- Não é não. – disse o homem com ar de decepcionado. Ele voltou a olhar para o céu e se continuou falando como se narrasse um sonho. – ao tentar alcançar, ao se permitir sonhar em alcança-las, automaticamente você abre a sua cabeça para a esperança para a fé. Para a fé em si e as belezas do mundo. E assim, só em tentar, você já ganha para si a melhor das estrelas. Aquele brilho, que te ilumina por dentro e desponta no sorriso, nos olhos e sai irradiando por todos aqueles que te olham.

O silêncio que se seguiu, poderia ter sido constrangedor. Se não estivessem os dois com os olhares voltados para o límpido céu azul.
Lúcio ergueu o braço direito bem alto fechou a mão e a trouxe em direção ao peito. Fechou os olhos por um segundo, deu um singelo sorriso e seguiu caminhando na rua. Só então o homem se deu conta de que Lúcio se afastara, deu um largo sorriso de satisfação e voltou a ficar em pé sobre o muro.

Segundos depois estava ele apontando e chamando uma senhora que passava pelo local. O dia seria longo, e ainda haviam dezenas de respostas a serem dadas e de realidades a serem divididas:


- Ei! Senhora. A senhora mesmo. Vem cá. A senhora já pensou ser um submarino?

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