Três passos foram suficientes
para ele se afastar. Andando de costa por entre as pessoas, enquanto esbarrava
em todos. O olhavam com caras feias, críticas e gestos indignados. Mas ele não
ouviu, não deu importância, seus olhos ainda grudados no de Beatriz, marejados,
sentiam o olhar dela o empurrando, o pressionando contra a multidão.
Foi então que em um baque surdo,
seu corpo se encontrou com a dura e fria parede e seus olhos se fecharam.
Queria correr ao encontro dela,
queria dizer “te quero, vem comigo”, queria gritar, queria ela. Mas apenas
escorreu o corpo pela parede, sentando-se no chão. Ficou imóvel, de olhos fechados,
até que todos partiram.
Levantou em silêncio, olhou ao
redor a festa vazia e Beatriz sentada em um banco. Ela o acompanhou com os olhos
enquanto ele sai pela porta. Antes de sair, porém, deu um breve sorriso para
ela. Já de costas, apenas uma lágrima escorreu do seu rosto e ele sussurrou
para si: “Só era necessário que você sorrisse de volta. Também sinto dor e esse
sorriso não é verdadeiro. Mas poderíamos construir juntos se você permitisse”.
Se ela tivesse sorrido, ou ao
menos dado um passo em sua direção. Quem sabe ele até daria os outros dois.
Quem sabe...
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